O presidente do conselho de administração do grupo aéreo SATA, Paulo Menezes, disse na quarta-feira, dia 12 de abril, à agência noticiosa Lusa que está a analisar as razões que levaram o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) a emitir um pré-aviso de greve (LINK notícia relacionada).
“Estamos a analisar as razões invocadas pelo sindicato no pré-aviso de greve”, afirmou Paulo Menezes, garantindo que, se se mantiver a paralisação, a transportadora açoriana “tudo fará para minimizar o impacto nos passageiros”.
Paulo Menezes adiantou que a empresa “já acionou o plano de contingência para fazer face a uma eventual greve” e explicou que a SATA “ainda não tem uma situação financeira equilibrada, estando num processo de recuperação”, além de que está também “condicionada pela legislação em vigor, nomeadamente o Orçamento do Estado”.
A 23 de março, o presidente da SATA afirmou aos deputados da Comissão de Permanente de Economia do parlamento dos Açores ter terminado a primeira ronda de contactos com os bancos para o plano de refinanciamento da empresa e que a abertura das instituições de crédito “foi boa”.
Os tripulantes de cabina da Azores Airlines, companhia do grupo SATA, com sede nos Açores, vão estar em greve nos dias 1 e 2 de maio, assegurando apenas três voos de serviços mínimos, anunciou o SNPVAC.
O incumprimento de vários pontos do clausulado do acordo de empresa, assim como de alguns protocolos assinados, são os motivos apontados pelo sindicato.
Segundo o pré-aviso de greve, publicado na imprensa portuguesa, a paralisação abrange “todos os voos da Azores Airlines/SATA Internacional cujas horas de apresentação e/ou etapa/setor ocorram em território nacional entre as 00:00 e as 23:59 desses dias”.
Estão igualmente incluídos “os demais serviços, como sejam a assistência, reserva, ou qualquer tarefa no solo, ou seja, qualquer tarefa ordenada pela empresa, nomeadamente instrução ou outro serviço em que o tripulante preste atividade, inspeções médicas no âmbito da Medicina do Trabalho, situações de deslocação como ‘dead crew’ ou através de meios de superfície”.
A greve decretada contempla também os “refrescamentos ou quaisquer outras ações de formação no solo, deslocações às instalações na empresa, desde que expressamente ordenadas por esta, com o objetivo do desempenho de atividade integrada na esfera das obrigações laborais”.
À agência Lusa, Bruno Fialho, do SNPVAC, deu como exemplo de situações não cumpridas pela empresa o tempo de antecedência com que o trabalhador tem de ser avisado quando é convocado para um determinado serviço ou quando é retirado de um serviço para o qual estava nomeado e a difícil leitura dos recibos de vencimento.
O presidente do conselho de administração do Grupo SATA escusou-se a comentar as declarações do sindicalista.
- Foto © Newsavia/Ana Vanessa Gil