O processo de venda das duas fábricas da construtora aeronáutica Embraer, na cidade portuguesa de Évora (Alentejo) à espanhola Aernnova está a ser ultimado e deve estar concluído “em breve”, disse à agência de notícias ‘Lusa’ a empresa brasileira.
A “parceria estratégica” entre as duas empresas foi anunciada em 12 de janeiro deste ano e contempla a venda à Aernnova de “todas as ações referentes às unidades industriais Embraer Metálicas e Embraer Compósitos”, em Évora, indicou a empresa brasileira (LINK notícia relacionada).
Na altura, a Embraer indicou que o processo de venda obedecia a um conjunto de condições que estimava que seriam cumpridas no primeiro trimestre do ano.
Questionada esta semana pela ‘Lusa’, acerca do ponto de situação deste negócio, a Embraer respondeu que “os pormenores relativos a esta transação encontram-se ainda a ser ultimados, devendo o processo ficar concluído em breve”.
Na quinta-feira, dia 31 de março, a construtora aeronáutica brasileira anunciou a abertura de 100 vagas de emprego para as duas fábricas de Évora, para trabalhadores qualificados e não qualificados, para “responder ao aumento da capacidade de produção” (LINK notícia relacionada).
A empresa explicou à ‘Lusa’ que “a contratação de pessoas” surge “no âmbito do acordo” com a Aernnova e que os trabalhadores que vierem agora a ser contratados têm “entrada imediata”.
Além disso, “o acordo de vendas das unidades industriais prevê que todos os trabalhadores transitarão para a Aernnova”, ou seja, tanto “os atuais”, o que ronda um total de “cerca de 500” pessoas, como “os que serão contratados no âmbito deste programa de recrutamento”, revelou a fonte da empresa.
“Enquanto o acordo” entre as duas empresas “não fica fechado, as unidades industriais seguem o seu normal curso de produção e as vagas de emprego anunciadas visam dotar as fábricas dos recursos humanos necessários para responder ao plano de produção previsto”, esclareceu a construtora aeronáutica brasileira.
O acordo entre ambas as partes “tem como objetivo aumentar a capacidade de produção dos centros de excelência” de Évora, “cuja operação tem uma importância estratégica para os produtos atuais e futuros da Embraer”, referiu a empresa brasileira.
Com “este movimento estratégico”, a Embraer considerou que vai reforçar e consolidar o seu “compromisso com Portugal, país onde a empresa mais investe na capacidade industrial, fora do Brasil, e que possui uma localização estratégica para a sua presença na Europa”.
Em 12 de janeiro, a Embraer anunciou a venda das suas duas fábricas localizadas em Évora à espanhola Aernnova Aerospace, por cerca de 151 milhões de euros.
Estas fábricas, inauguradas em 2012, envolveram um investimento inicial a rondar os 180 milhões de euros e, dois anos depois da abertura, a Embraer criou também um centro de engenharia e tecnologia na cidade alentejana.
Nas unidades são produzidos, entre outros, componentes para asas e estabilizadores verticais e horizontais para programas aeronáuticos da Embraer, nomeadamente dos aviões executivos Praetor 500 e Praetor 600, das duas gerações do avião comercial de passageiros E-Jet e da aeronave KC-390 Millennium.