Qantas confirma encomenda de 52 aviões comerciais à Airbus

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A Qantas Airways, companhia aérea de bandeira da Austrália, confirmou nesta segunda-feira, dia 2 de maio, a encomenda de 12 aviões Airbus A350-1000 ULR, o que permitirá, num futuro próximo, a realização dos voos comerciais mais longos do mundo, sem escalas, nomeadamente entre as cidades de Sydney e de Melbourne para Nova Iorque (EUA) e Londres (Reino Unido) a partir de finais de 2025.

Essas viagens com o novo Airbus A350-1000 ULR, que terá uma configuração de acordo com as pretensões da Qantas e um depósito de combustível adicional, para percorrer até 8.700 milhas (16.100 kms) com um tempo previsto de cerca de 20h00 de duração, integra-se no denominado ‘Projeto Sunrise’, que será um marco assinalável no longo historial da companhia australiana.

Desenho do interior dos aviões Airbus A350-1000 ULR que começarão a integrar a frota da Qantas a partir do último semestre de 2025.

A Qantas também partilhou nesta segunda-feira alguns dos conceitos preliminares para a sua cabina do A350-1000 ULR que será desenhada e preparada para proporcionar um excelente nível de conforto para todos os 238 passageiros distribuídos por quatro classes de serviço.

Os passageiros a bordo da nova frota de aeronaves A350 da Qantas serão tratados em luxuosas suites de Primeira Classe com uma cama separada, cadeira reclinável e guarda-roupa pessoal; uma suite Executiva de nova geração; um novo assento Premium Económica de 40 polegadas, um novo assento Económica de 33 polegadas; e uma Zona de Bem-estar (Wellbeing Zone na maqueta) dedicada e concebida para movimentos, alongamentos e hidratação. As aeronaves oferecerão um total de 238 lugares, o mais baixo em comparação com qualquer outro A350-1000 atualmente em serviço. Mais de 40% da capacidade dos aviões será ocupada por lugares Premium.

Os viajantes internacionais podem esperar rotas mais diretas para a Austrália, tempo de viagem significativamente reduzido ponto a ponto e uma experiência de voo sem igual, com um interior de cabina e design de serviço influenciado pela investigação médica e científica realizada em três voos de investigação do ‘Projecto Sunrise’ de Nova Iorque e Londres para Sidney em 2019.

“Durante mais de 100 anos, a Qantas tem estado na vanguarda da transformação da forma como o mundo viaja, particularmente através de voos diretos. Agora, o A350 e o ‘Projeto Sunrise’ farão com quase todas as cidades do mundo estejam apenas a um voo de distância da Austrália. É a última fronteira e o último ponto para acabar com a tirania da distância que tradicionalmente tem desafiado as viagens para a Austrália”, comentou Alan Joyce, presidente executivo do Grupo Qantas.

“Os nossos voos diretos Perth-Londres começaram em 2017 e mostraram uma forte procura de conveniência e poupança de tempo deste tipo de viagens, se o produto e o serviço estiverem certos. No tempo pré-covid foi a rota mais longa da nossa rede e teve a maior satisfação do cliente. Todos os sinais apontam para que essa procura cresça”, acrescentou o responsável pela gestão da Qantas.

“Os primeiros voos do ‘Projeto Sunrise’ serão de Nova Iorque e Londres, mas os aviões também poderão operar voos sem escalas para a Austrália a partir de destinos como Paris e Frankfurt”, assegurouAlan Joyce.

 

Protótipo do A350-1000 e A220-300 da Air Baltic em Sydney

A transportadora nacional australiana também anunciou a renovação da sua frota de aviões de corredor único, que integram o ‘Projecto Winton’ com encomendas firmes de 20 Airbus A321XLR e 20 A220-300, uma vez que os seus Boeing 737 e 717 serão gradualmente retirados.

Avião Airbus A220-300 da Air Baltic estacionado no Aeroporto de Sydney, no domingo à noite, depois de uma longa viagem, com várias escalas, desde o Aeroporto de Riga, na Letónia.

Nesta segunda-feira, dia 2 de maio, além de um dos protótipos do Airbus A350-1000 (matrícula F-WMIL) também está em Sydney um Airbus A220-300 da Air Baltic (matrícula YL-ABH), que fizeram demonstrações para os jornalistas australianos e tripulantes da Qantas, além das autoridades de aviação civil nacionais. Logo pela manhã, pelas 08h30 locais (23h30 de domingo UTC) o protótipo da Airbus sobrevoou a icónica ponte do Porto de Sydney, alertando a cidade para a celebração da encomenda à fábrica europeia, que acabou por ganhar o desafio que a Qantas propôs aos dois maiores produtores mundiais de aviões comerciais. Aliás, em dezembro de 2019, os responsáveis pela companhia australiana já tinham anunciado que as suas preferências estavam se inclinando para o lado da Airbus, se a fábrica europeia conseguisse apresentar um A350-1000 com as especificações requeridas. E foi isso que aconteceu.

Em 103 anos de existência esta é a maior encomenda de aviões feita pela Qantas. Um total de 52 aparelhos firmes com opções para mais 106 unidades distribuídas por todos os modelos que agora foram confirmados.

 

  • Em baixo vemos os desenhos da Suite de Primeira Classe e a da Zona de Bem-estar, onde os passageiros poderão fazer exercícios físicos básicos e hidratar-se:

 

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