A Qatar Airways anunciou nesta terça-feira, dia 6 de junho, a suspensão de todos os voos de e para a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito, um dia depois de os quatro países terem cortado relações diplomáticas com Doha, capital do Catar (LINK notícia relacionada).
Num comunicado publicado no seu ‘site’ na Internet, a companhia aérea indica que a suspensão dos voos para os quatro países vai vigorar “até nova ordem” e que os passageiros afetados podem pedir o reembolso dos bilhetes de avião ou optar por reservar passagens para outros destinos. A suspensão destas carreiras regulares deixa a frota de aviões da gama Airbus A320, cerca de 45 unidades, praticamente estacionada.
O anúncio surge depois de sete companhias aéreas terem anunciado, na segunda-feira, a suspensão dos voos de e para Doha na sequência do corte de relações diplomáticas entre uma série de países e o Qatar.
Nesta terça-feira a Qatar Airways anunciou que realizará três voos fretados de aeroportos da Arábia Saudita para retirar passageiros que devem embarcar em voos da companhia para diversos destinos da sua rede internacional.
Sete países – Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Egito, Iémen, Líbia e Maldivas – anunciaram sucessivamente o corte de relações desencadeando a mais grave crise regional desde a guerra do Golfo de 1991.
A rutura de relações foi acompanhada por um conjunto de medidas que implicam o isolamento do Qatar, anfitrião do Mundial de Futebol 2022, com o encerramento de fronteiras terrestres e marítimas, proibições de sobrevoo e restrições à deslocação de pessoas.
A crise diplomática culmina anos de tensões na aliança entre os produtores de petróleo do Golfo e reflete uma irritação crescente dos países vizinhos com o apoio do Qatar a organizações que os outros Estados árabes consideram terroristas.
Alguns analistas relacionam também o agravamento da situação com a recente viagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à região, marcada pelo reforço dos laços com a Arábia Saudita e pelo apelo aos líderes árabes para que assumam a luta contra o terrorismo.
Dias depois da visita, o Catar anunciou que a sua agência oficial, QNA, foi “pirateada por uma entidade desconhecida” e que “declarações falsas”, sobre o Irão, o Hezbollah, o Hamas e a Irmandade Muçulmana, foram atribuídas ao emir.
As acusações ao Qatar de apoio ao terrorismo são recorrentes, mas Doha nega-as. O país é também acusado de laxismo na luta contra o financiamento do terrorismo através de fundos privados.