O ministro das Infraestruturas disse na quarta-feira passada, dia 24 de março, que o atual presidente executivo da TAP, Ramiro Sequeira, mantém-se no cargo até que o plano de reestruturação esteja fechado em Bruxelas, o que pode acontecer só em maio.
“Estava já decidido que haveria uma nova [gestão] e haverá quando entrar em Bruxelas o plano de reestruturação” disse Pedro Nuno Santos, em Lisboa, durante uma audição na Assembleia da República.
Ramiro Sequeira assumiu o cargo interinamente, na sequência da saída de Antonoaldo Neves, o presidente executivo escolhido por David Neeleman, que também já não está na companhia aérea.
“Nós não temos nenhum problema com a administração que está a gerir a empresa e que tem um mandato, que é elaborar um plano de reestruturação”, apontou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, acrescentando que Ramiro Sequeira é um “CEO fabuloso”, “sólido” e que “sabe o que está a fazer”.
Pedro Nuno Santos disse que já estava prevista entrada de uma nova gestão apenas depois de o plano estar fechado com a Comissão Europeia, mas a conclusão das negociações está a arrastar-se além do prazo inicialmente apontado (primeiro trimestre deste ano), podendo isso só acontecer em maio.
“As negociações com Bruxelas estão a correr bem, nós achamos que o desfecho vai ser positivo”, acrescentou o governante.
Em 2020, a TAP voltou ao controlo do Estado Português, que passou a deter 72,5% do seu capital, depois de a companhia ter sido severamente afetada pela pandemia de covid-19 e de a Comissão Europeia ter autorizado um auxílio estatal de até 1.200 milhões de euros à transportadora aérea de bandeira portuguesa.
Em 23 de fevereiro deste ano, o presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, admitiu que as negociações do plano de reestruturação com a Comissão Europeia não deverão estar concluídas em março, como estava previsto, por causa das conversações com os sindicatos.
Questionada sobre esta apreciação, a fonte oficial da Comissão Europeia disse à agência de notícias ‘Lusa’ que “a avaliação da Comissão sobre o plano de reestruturação apresentado por Portugal para a TAP está em curso”.
“Não podemos comentar o conteúdo do plano de reestruturação nem, nesta fase, prever o calendário ou o resultado da avaliação da Comissão”, adianta a mesma fonte.
Ainda assim, a fonte oficial da área da Concorrência assegura que o executivo comunitário “continua a manter contactos estreitos e construtivos com as autoridades portuguesas neste contexto”, escusando-se a comentar o conteúdo destas interações.
Recentemente, foram concluídas negociações entre a empresa com todos os sindicatos representativos dos trabalhadores da TAP, para a implementação de um acordo de emergência na companhia.