O sector de transporte aéreo no Brasil teve um crescimento de facturação de 2,1% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, mesmo com redução dos preços médios, anuncia hoje a Secretaria da Aviação Civil da Presidência da República. Os dados são de pesquisa divulgada nesta terça-feira, dia 9 de Dezembro, pelo Ministério do Turismo e pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
De acordo com o Boletim de Desempenho Económico do Turismo, que ouve as 553 maiores empresas do ramo de viagens e turismo do país, 62% das entidades que responderam no setor de transporte aéreo declararam aumento de faturação no período de Agosto a Outubro deste ano, contra 38% declarando queda. Setenta e três por cento das companhias aéreas ouvidas pela FGV afirmaram ter reduzido os seus preços no período, contra aumento em 27%.
O aumento no faturação é considerado pela pesquisa “favorável”, mas não tão satisfatório quanto o verificado em 2013 em comparação com 2012 em que esse aumento foi de 12,2%.
Citando dados da ABEAR (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo), a pesquisa afirma que a taxa de ocupação dos voos domésticos em Setembro de 2014 foi de 78,67%, “a qual é considerada boa pela ABEAR, diante do atual cenário económico desfavorável”.
Há previsão de que o cenário melhore no fim deste ano e no ano que vem, devido a uma ajuda inesperada: a queda no preço do petróleo. Nesta quarta-feira (10/12) a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) divulgou uma estimativa da lucratividade das empresas aéreas, mostrando que seus lucros líquidos deverão fechar em 19,9 mil milhões de dólares em 2014, o que é cerca de 1,9 mil ilhões a mais do que na previsão feita em Junho. Para 2015, a previsão é de que o lucro chegue a 25 mil milhões de dólares.
Tarifas dos bilhetes aéreos poderão descer no próximo ano
Isso tende a derrubar o preço das passagens aéreas: a IATA estima que a queda vá ser de 5,1% em relação a 2014 no preço médio do bilhete de passageiros e de 5,8% no do transporte de carga. O combustível representa, em média, cerca de 30% do custo de operação das aéreas (proporção que chega a 40% no Brasil).
O preço do petróleo caiu nos últimos meses, devido a fatores como a alta produção de óleo em reservas de folhelho (“xisto”) nos Estados Unidos. Para 2015, o barril de óleo Brent no mercado internacional deve ficar em torno de 85 dólares na média do ano. Seria a primeira vez, desde 2010, que o preço dessa ‘commodity’ fecharia abaixo de 100 dólares.