Relatório final do desastre da Germanwings confirma culpa do co-piloto

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O ‘Bureau d’Enquêtes et d’Analyses’ (BEA), entidade francesa encarregada dos inquéritos e investigação a acidentes aéreos no país, divulgou na manhã deste domingo, dia 13 de março, o relatório final sobre a queda de um avião Airbus A320 da companhia alemã de baixo custo ‘Germanwings’ que se despenhou em 24 de março de 2015 na região de Barcelonette (Alpes-de-Haute-Provence), em território francês, e que provocou a morte das 150 pessoas que seguiam a bordo. Fazia um voo regular entre Barcelona, em Espanha, e Dusseldorfe, na Alemanha.

A conferência de imprensa teve lugar na sede da entidade, em Le Bourget, nos arredores de Paris, tendo o vice-presidente do BEA, Remi Jouty, apresentado com algum detalhe partes do relatório que agora é público.

O documento feito com base nas investigações de diversos especialistas aeronáuticos conclui definitivamente que a queda da aeronave foi provocada voluntariamente pelo co-piloto alemão do aparelho, Andreas Lubitz, que sofria de problemas psíquicos.

Face ao apurado, depois de ouvidos registos das caixas negras do aparelho e das torres de controlo aéreo que seguiam a rota do A320, assim como confrontados diversos dados sobre a vida e conduta do co-piloto, a BEA defende um reforço do controlo médico dos pilotos.

Primeira imagem do co-piloto Andreas Lubitz, divulgada na manhã de hoje pela revista francesa Paris Match e pelo jornal britânico The Mirror.
O co-piloto Andreas Lubitz, numa das primeiras imagens divulgadas pela imprensa francesa, em março passado, após a tragédia. Sobre ele recaíram desde logo, as suspeitas de culpabilidade na tragédia.

Os investigadores analisaram os registos de vários médicos consultados por Andreas Lubitz nos meses anteriores à tragédia e concluíram que o co-piloto tinha sintomas de um “episódio psicótico depressivo” desde dezembro de 2014.

Remi Jouty confirmou aos jornalistas que Lubitz estava a tomar anti-depressivos na altura em que decidiu despenhar o avião. O co-piloto tinha renovado a sua licença de voo em novembro de 2014. Pouco tempo depois meteu uma curta baixa por doença.

Os regulamentos dizem que Lubitz devia ter declarado que estava a tomar anti-depressivos e, por isso, deveria voltar a fazer os testes de aptidão quando regressou ao trabalho. A investigação revelou que não o fez.

Houve um médico que recomendou a Lubitz que fosse tratado numa clínica psiquiátrica, duas semanas antes do desastre. O relatório diz também que os seus colegas na Germanwings não repararam no seu estado depressivo, que aliás foi sempre escondido por Lubitz. Os procuradores franceses encontraram provas de que Lubitz tinha problemas de visão e tinha medo de que isso o fizesse perder o seu emprego. Também ficou provado que o piloto procurou na Internet métodos para se suicidar.

Nem a Germanwings, nem as autoridades de aviação, foram alertadas pelos médicos, que segundo o relatório do BEA, tinham a informação necessária para que Lubitz fosse proibido de voar. Os dados não foram, no entanto, revelados, devido ao segredo médico.

O relatório alerta que é necessário proteger o segredo médico, fator-chave da confiança entre os médicos e os pacientes, mas é imperioso encontrar-se um termo de compromisso e equilíbrio que mantenha a confiança das companhias e dos passageiros nos pilotos e reforce a segurança aérea em casos como este.

É importante por isso tentar “encontrar um equilíbrio entre a confidencialidade e a segurança pública”, disse Remi Jouty. “É uma questão global” que é preciso discutir, referiu.

“Regras mais claras devem ser exigidas para saber quando é que é necessário levantar o segredo médico”, acrescentou Arnaud Desjardins, um dos especialistas encarregados da investigação, presente na conferência de imprensa.

A investigação revelou também que o comandante do voo, Patrick Sondenheime, que se tinha ausentado por minutos do ‘cockpit’, usou uma barra de ferro e uma garrafa de oxigénio para tentar quebrar a porta de passagem que o co-piloto tinha trancado para cometer a deliberada ação de suicídio. As caixas negras registaram várias pancadas violentas. Patrick tentou também fazer várias chamadas para dentro do ‘cockpit’, usando o intercomunicador usado pela tripulação, enquanto se apercebia que o avião baixava apressadamente.

 

  • Resumo feito com base em notícias das agências internacionais.

 

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