O fabricante alemão de malas de viagem em alumínio Rimowa construiu uma réplica do Junkers F13 com o objectivo de a colocar a voar a partir do próximo ano. O arranque do projecto foi dado em 2013, o rollout do aparelho teve lugar em Julho de 2015 e o primeiro voo está agendado para Março de 2016, com a certificação e entrega prevista para Maio. O Rimowa F13 está disponível para pré-encomenda na página da empresa: www.rimowa-f13.com
Mesmo que o novo Rimowa F13 seja, em larga medida, idêntico ao Junkers original, foi necessário introduzir algumas modificações de modo a cumprir os standards actuais de segurança na aviação, nomeadamente, ao nível do motor radial, dos travões do trem de aterragem (com rodas de North American T6) e da cauda do aparelho. O motor é um Pratt & Whitney 985 radial com 450 cv de potência; o hélice, Hamilton Standard; a fuselagem foi inteiramente construída em metal; as asas dispõem de 430 pés quadrados (39,94 m2) de força aerodinâmica; e o interior é em pele ao estilo do século XIX.
A Rimowa é uma companhia familiar alemã, agora, na terceira geração de gestores e especializada em bagagens premium. Embora o avô do actual presidente e CEO da empresa, Dieter Morszeck, tenha começado por fabricar arreios para cavalos e, só mais tarde (em 1898) tenha mudado para as malas, duas coisas nunca mudaram: os produtos são feitos na Alemanha e a sede da empresa situa-se em Colónia. Ambas as companhias, a Junkers e a Rimowa têm raízes na Alemanha e dão grande importância à qualidade. A ligação especial entre a Rimowa e o F13 reside na utilização do duralumínio. Trinta anos após Hugo Junkers ter descoberto este material para a aviação, Richard Morszeck deu o passo decisivo de o usar nas malas para as tornar mais resistentes as condições tropicais. Viajar tornou-se mais fácil na sequência dos voos transatlânticos e as pessoas começaram a exigir mais das suas bagagens.
“Tudo começou com o Junkers F13. Permitiu-nos explorar novos mundos e alargar os nossos horizontes. É tempo de trazê-lo de volta e de alcançar novos cumes, para ganhar uma nova perspectiva”, afirmou Dieter Morszeck. O F13 foi usado em quase todos os países onde começou a existir aviação comercial e rapidamente contribuiu para o reconhecimento internacional da companhia construtora dos aviões Junkers. Em 1925, o F13 tinha uma quota de cerca de 40% das rotas de tráfego internacionais.
No dia 25 de Junho de 1919, um pequeno avião para seis passageiros descolou pela primeira vez. Era um avião que haveria de revolucionar a construção aeronáutica e criar as bases para a aviação moderna: o Junkers F13. No final da Primeira Guerra Mundial era óbvio para o engenheiro e empreendedor alemão Hugo Junkers que o futuro da construção aeronáutica não estava nos militares mas na aviação civil. No entanto e no sentido de assegurar o sucesso dessa mesma aviação comercial, um avião teria de ser desenhado de modo a fazer um uso económico de combustível, requerer pouca manutenção e ser seguro, confortável e fiável.
O F13 era um avião metálico de asa baixa. Em conjunto com a caixa central das asas, a fuselagem formava um componente separado com tubagens contínuas e revestida a painéis ondulados de aço. A estrutura para as asas era formada por tubos ligados por travessas rebitadas em forma de Z e coberta de painéis ondulados de aço. O cockpit era aberto e tinha apenas um pequeno pára-brisas dianteiro porque o piloto tinha de voar á vista – os instrumentos para o voo sem visibilidade ainda não tinham sido inventados. Embora os pilotos continuassem expostos aos elementos, os quatro passageiros na cabina podiam percorrer longas distâncias rapidamente e com todo o conforto.