A Ryanair vai cortar 3.000 empregos para poder sobreviver à crise do transporte aéreo provocada pela pandemia de covid-19. A transportadora aérea irlandesa de baixo custo explica que os pilotos e os tripulantes de cabina serão os mais afetados. O plano de demissões abrange 15% da força de trabalho total de cerca de 19.000 pessoas.
Os cortes de empregos são “o mínimo que precisamos para sobreviver nos próximos 12 meses”, disse o presidente executivo do grupo Ryanair, Michael O’Leary. Se não for encontrada uma vacina contra a covid-19 e o tráfego não voltar ao normal, “talvez tenhamos que anunciar mais retiradas”, alertou o controverso líder irlandês numa entrevista à BBC.
Michael O’Leary, que já tinha anunciado que o seu salário de abril a maio seria cortado em metade, admitiu nessa entrevista que o seu plano de reestruturação poderia levar ao encerramento das bases da companhia no Reino Unido.
Entretanto, um comunicado divulgado nesta sexta-feira, dia 1 de maio, confirma que é intenção da companhia eliminar até três mil empregos de pilotos e pessoal de cabina dentro dos próximos dois anos. Durante este período, este plano de reestruturação também pode forçar a empresa a realizar despedimentos temporários, reduzir salários em cerca de 20% e fechar “várias bases na Europa”, revela a empresa.
A Ryanair informa ainda que “mais de 99%” da sua frota vai permanecer em terra até “pelo menos” ao mês de julho, estimando que o tráfego de passageiros não voltará aos níveis de 2019 “até ao verão de 2022, no mínimo”.
A Ryanair indicou que, neste contexto, vai operar em menos de 1% do seu horário de voo entre abril e junho, o que significa transportar cerca de 20 milhões de passageiros, em comparação com os 44,6 milhões inicialmente previstos para o trimestre de julho a setembro.
Relativamente a este ano fiscal, a companhia acredita que o seu tráfego de passageiros não vai exceder os 100 milhões, apesar de o objetivo fixado de 154 milhões antes de ser declarada a crise da covid-19.
Quanto a resultados económicos, a Ryanair indicou que vai sofrer perdas líquidas de mais de 100 milhões de euros entre abril e maio, às quais “mais perdas” deverão ser acrescentadas nos três meses seguintes.