A companhia de baixo custo irlandesa Ryanair, que se assume como a segunda maior empresa de transporte aéreo que escala aeroportos portugueses, tendo em conta o número de passageiros movimentados, anunciou nesta quarta-feira, dia 21 de fevereiro, o lançamento de 14 novas rotas em Portugal a partir de novembro: uma em Lisboa, oito no Porto e cinco em Faro.
O objetivo é superar os 11 milhões de passageiros, o que significa um crescimento de seis por cento. Michael O’Leary, presidente executivo da Ryanair, que esteve em Lisboa para a apresentação do novo horário de Inverno da companhia, disse que a companhia só não consegue abrir mais rotas em Portugal, nomeadamente em Lisboa, devido ao estrangulamento provocado pela falta de espaço no Aeroporto Humberto Delgado. A companhia pretendia chegar rapidamente às 80 rotas na capital portuguesa, mas desta maneira, diz o polémico responsável pela Ryanair, só conseguirá ter 27 rotas em funcionamento.
No entanto garantiu que as tarifas dos voos da Ryanair continuam a baixar e anunciou que até à próxima sexta-feira, dia 24 de fevereiro, os clientes poderão beneficiar da promoção com tarifas a partir de apenas 19,99 euros para viagens entre Março e Maio.
As novas rotas anunciadas para Lisboa, Porto e Faro
Para Lisboa foi anunciada uma nova rota para Edimburgo, com dois voos semanais e frequências adicionais em sete das 27 rotas já existentes.
No Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na cidade do Porto, no norte do País, serão criadas oito novas rotas: Bolonha (2 voos/semana), Cagliari (dois voos), Dusseldorf (dois voos), Lille (dois voos), Manchester (três voos), Marraquexe (dois voos) e Sevilha (três voos). O voo Porto-Luxemburgo, uma das 48 rotas da Ryanair no norte de Portugal, passará a ter voos diários.
No Aeroporto de Faro/Algarve, no sul de Portugal, foram anunciadas mais cinco rotas: Berlim (com dois voos/semana), Colónia (dois voos), Cork (dois voos), Marselha (dois voos) e Milão/Bergamo (dois voos). Serão implementadas frequências adicionais em seis das 24 rotas existentes.
Na Região Autónoma dos Açores a Ryanair anunciou, sem especificar quais, que terá três rotas no Aeroporto de Ponta Delgada (ilha de São Miguel) e mais duas no Aeroporto da Terceira, na ilha do mesmo nome. No conjunto dos dois aeroportos açorianos a companhia irlandesa espera movimentar meio milhão de passageiros.
Michael O’Leary revelou que a Ryanair está a negociar uma terceira localização nos Açores, depois de Ponta Delgada e da Terceira. Há negociações com o Governo Regional dos Açores e com a ANA – Aeroportos de Portugal, sendo os “custos” a maior dificuldade. Tendo em conta que a ANA tem quatro aeroportos concessionados nos Açores – Ponta Delgada, Santa Maria, Faial e Flores – é muito provável que o Aeroporto da Horta seja, em breve, a sexta escala da Ryanair em Portugal.
O’Leary diz que a ANA e a TAP “conspiram” contra o Aeroporto do Montijo
O reforço em Lisboa só não é maior pela falta de espaço na Portela. Michael O’Leary acusa a gestora aeroportuária ANA de querer “atrasar” o início da pista complementar no Montijo. “A ANA não quer voos no Montijo. Quer mantê-los na Portela com taxas mais altas”, diz o presidente executivo da Ryanair. Para o empresário, foi um “erro” o Governo ter vendido a ANA aos franceses da Vinci Airports.
O presidente da Ryanair vai mais longe e considera que “há uma conspiração entre a ANA e a TAP” para que o projeto no Montijo não avance antes de 2020. Por isso mesmo, a vontade da própria Ryanair em ter, tanto na Portela como no Montijo, 80 destinos a partir de Lisboa – atualmente são 27 – fica comprometida.