A Ryanair anunciou nesta sexta-feira, dia 22 de dezembro, que reduziu ainda mais as suas programações nos aeroportos portugueses de Faro e do Porto para o Verão de 2024, “após a decisão bizarra da ANAC de aprovar os aumentos injustificados das tarifas aeroportuárias da ANA de até 17% a partir de janeiro de 2024”.
“Estes aumentos excessivos e injustificados prejudicarão a conectividade, o turismo e os empregos em Portugal, especialmente na Madeira e nos Açores, cujas economias dependem das viagens aéreas para a conectividade com o continente e a Europa”, voltou a referir a companhia irlandesa, em comunicado de imprensa.
Um prejuízo que, segundo considera a companhia, “já foi evidenciado pelo encerramento da base da Ryanair em Ponta Delgada (ilha de São Miguel, nos Açores), pela retirada de uma aeronave (de duas) da base da Madeira e pelos cortes anunciados em Faro e Porto para o verão de 2024 no mês passado”.
Além desses cortes já anunciados, a Ryanair decidiu reduzir ainda mais a capacidade de transporte em 40 rotas nas suas bases de Faro e do Porto como consequência direta desses aumentos injustificados das tarifas.
“O monopólio aeroportuário da ANA não enfrenta concorrência em Portugal, o que permite aumentar os preços sem penalidades. Apenas em Lisboa, as taxas de passageiros em 2024 aumentarão até +50% em comparação com 2019, apesar de a maioria dos aeroportos europeus reduzirem as taxas de passageiros pós-covid para recuperar o tráfego e o crescimento, diz a companhia de baixo custo.
Depois de voltar a criticar o Governo Português que a Ryanair diz ter falhado uma política de desenvolvimento dos seus aeroportos para “proporcionar crescimento em benefício dos cidadãos e da economia portuguesa, em vez de apenas enriquecer o operador do monopólio aeroportuário de propriedade francesa”, a Ryanair diz que “a ANAC [Autoridade Nacional de Aviação Civil] deve evitar mais danos à economia portuguesa revertendo imediatamente sua decisão de curto prazo e proibindo o aumento excessivo e injustificado de tarifas da ANA para 2024.
A Ryanair pede ao governo português que reabra imediatamente a concessão para o novo Aeroporto do Montijo para quebrar o monopólio aeroportuário da ANA/Vinci Airports, trazendo “uma competição muito necessária para o mercado de aviação português”.
Eddie Wilson, presidente executivo da Ryanair (na imagem de abertura), afirma-se chocado com a atitude do regulador português (ANAC) por este ter “aprovado os aumentos de tarifas de aeroportos do monopólio da ANA de até 17% a partir de janeiro de 2024. Essa decisão bizarra terá um impacto devastador na conectividade de Portugal, no crescimento do turismo e nos empregos, especialmente na Madeira e nos Açores, onde a Ryanair já fechou sua base em Ponta Delgada e retirou uma de nossas duas aeronaves da Madeira – uma perda de investimento de 100 milhões de dólares – devido às tarifas excessivas da ANA”.