A South African Airways (SAA) vai emprestar pilotos e tripulantes de cabina a outras companhias aéreas, numa tentativa de reduzir custos e manter a companhia a funcionar.
Vuyani Jarana, presidente executivo da SAA, disse nesta semana à agência de notícias ‘France Press’ (AFP) que espera que os pilotos subutilizados na África do Sul possam ser aproveitados por outras empresas aéreas, face à falta global de pilotos, em vez de ter que demitir funcionários.
A AFP refere que um piloto sul-africano já foi contratado para a Japan Airlines (JAL) com um excelente salário em dólares norte-americanos e com direito a um voo em classe executiva para voltar a casa a cada três semanas.
A associação de pilotos da South African Airlines, no entanto, manifestou-se “consternada” com esta opção da SAA, já que os seus membros terão que ser contratados para outras companhias, como a Emirates, a Turkish Airlines e a Cathay Pacific , e diz que isso é consequência “de um controlo fiscal extremamente ruim e má administração”. “É perturbador falar sobre perdas de emprego num país que está lutando contra altos níveis de desemprego. Gostaríamos de ver um SAA sustentável ”, disse Werner Human, responsável pelo sindicato ‘Solidarity’.
O sindicato queixou-se aos tribunais para obrigar o governo a colocar a SAA sob resgate, o que poderia forçar a empresa a se reestruturar e a envidar outros esforços para salvar-se da atual crise financeira.
As leis laborais na África do Sul costumam ser vistas como favoráveis aos trabalhadores, mas ficaram do lado da South African Airways em processos anteriores de contenção de empregos, cujos postos foram extintos e os funcionários despedidos.
A SAA recebeu um resgate de três mil milhões de rands (quase 217 milhões de dólares norte-americanos) em setembro do ano passado para evitar a bancarrota e pediu um adicional de cinco mil milhões de rands (mais de 360 milhões de dólares) neste ano. Jarana assumiu a SAA em novembro do ano passado e lançou um plano de resgate de três anos que inclui também a redução de rotas e a extinção dos lugares de administrador financeiro e de responsável pelo sector de operações comerciais.
A África do Sul procura não desistir da sua transportadora aérea de bandeira, companhia de grandes tradições e prestígio no continente africano, especialmente num momento em que a Ethiopian Airlines prospera e entra na exploração de linhas aéreas internas noutros países africanos e a Kenyan Airways mostra grandes ambições e anuncia projetos de grande dimensão.
A SAA é uma companhia constituída apenas por capitais públicos. É uma das muitas que está em grave situação financeira na República da África do Sul e sobrevive, alimentada por grandes fluxos financeiros injetados nos últimos anos pelo Estado Sul-Africano.