Salários baixos afastam técnicos de manutenção da TAP, alerta o sindicato

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O Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) diz que a TAP está a operar com um rácio de técnicos de manutenção por aeronave abaixo da média internacional, por estar a perder trabalhadores devido aos cortes salariais, e manifestou-se preocupado com a segurança da operação.

“O SITEMA está preocupado com as condições dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves e com o impacto que daí pode resultar para a segurança da operação da TAP”, alerta o sindicato, em comunicado enviado nesta quinta-feira, dia 31 de março, à comunicação social.

De acordo com os representantes dos trabalhadores, atualmente, a TAP está a operar com um rácio de 1,2 técnicos de manutenção por aeronave, abaixo da média internacional de 3,2 e do período anterior à reestruturação, em que operava com um rácio de 1,44 técnicos por avião.

O SITEMA realça que, devido aos cortes de 40% nos salários e à redução do horário de trabalho, aplicados no âmbito do plano de reestruturação de que a TAP está a ser alvo, existem vários técnicos de manutenção com vencimento abaixo dos 1.000 euros, o que “não é compatível com a formação, exigência e responsabilidade destes trabalhadores altamente especializados”.

“A empresa está a perder, a cada dia, trabalhadores para a concorrência, nomeadamente para empresas em Espanha e em França”, alertou o sindicato, referindo que é uma situação que se “agravou recentemente” e que faz com que a experiência do grupo de técnicos responsáveis pela manutenção e segurança de funcionamento das aeronaves “seja cada vez menor”.

Para o presidente da direção do SITEMA, Paulo Manso, “neste momento em que a aviação está em fase de retoma, há procura por Técnicos de Manutenção de Aeronaves como nunca houve e a um nível bastante superior ao que existia na fase pré pandemia”, tornando-se, por isso, “bastante tentador trocar de empresa para ganhar quatro a cinco vezes mais do que se ganha na TAP” e com “melhores” condições de trabalho.

“Toda esta perda de know-how conduz, inevitavelmente, a uma diminuição da qualidade do trabalho, e isso preocupa-nos a todos”, acrescenta o representante sindical, em declarações citadas pela agência de notícias ‘Lusa’.

 

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