A administração da ANA – Aeroportos de Portugal chegou a acordo com os sindicatos para assinarem um Acordo Empresa para os próximos dois anos, confirmou ao ‘Negócios’, Jorge Ponce Leão, presidente da empresa.
Depois do novo modelo de regulação, a ANA chegou a entendimento para assinar o novo Acordo Empresa para os próximos dois anos, “esta era a segunda peça considerada importante para a cultura da empresa que nos faltava”, adiantou Jorge Ponce Leão, em declarações ao ‘Negócios’.
O presidente da ANA admite que nenhum entendimento é fácil, até porque teve que chegar a acordo com quatro sindicatos, mas admite que foi “persistência para encontrar o caminho”.
O novo Acordo Empresa, que vigorará para os próximos dois anos, “é um fortíssimo estimulo à qualificação e ao mérito”, disse o presidente da ANA, tendo sido introduzido mecanismos para aumentar a produtividade.
A ANA introduziu uma nova fórmula remuneratória, com base numa componente fixa e outra variável. “Para o próximo ano propusemos um aumento de 1,5% na componente variável e 1,2% na componente variável, com base nos resultados obtidos este anos”, detalhou o presidente da gestora de aeroportos.
Os trabalhadores da ANA receberão este aumento, com retroactivos a partir de Outubro, uma vez que a expectativa da empresa era que o acordo tivesse sido assinado em Setembro.
Quanto a 2016, “haverá o mesmo aumento da remuneração fixa e na variável dependerá dos resultados obtidos”, adiantou Ponce Leão.
A ANA deixou de ser uma empresa pública em Setembro de 2013, tendo passado para as mãos da Vinci. Como os trabalhadores tinham sido penalizados pelos cortes afectos à função pública e o processo desde a escolha da Vinci, vencedora da privatização, até à efectivação do contrato demorou mais do que o previsto, “atribuímos um prémio de 1,68% pelas perdas verificadas”.
Jorge Ponce Leão considera que este “é um acordo bastante completo” e que para a empresa vai essencialmente “melhorar a sua produtividade”, uma vez que os trabalhadores dos aeroportos aceitaram aumentar mais meia hora no seu dia de trabalho, em 2015 e mais uma hora em 2016.
“Apesar deste aumento da carga horária, estamos também a remunerar os trabalhadores pela performance e isso é um incentivo”, adiantou o responsável.
A Vinci tem previsto um investimento de 276 milhões de euros, para o período de 2014 a 2018. Do investimento total, 165,3 milhões será destinado aos terminais em terra, 99,6 milhões ao lado operacional e capacidade e por fim 11,1 milhões de euros à área denominada não aviação.
- Matéria publicada no dia 19 de Dezembro de 2014 pelo serviço online do jornal de economia ‘Negócios’ da autoria da jornalista Ana Torres Pereira.