O Governo da República Democrática de São Tomé e Príncipe, anunciou no seu portal oficial, que o ministro das Obras Públicas Osvaldo Abreu, assinou com o Governo da Guiné Equatorial, um acordo que permitirá à companhia aérea desse país, a CEIBA Internacional, assegurar a ligação aérea entre São Tomé e Príncipe e Portugal, anunciou nesta sexta-feira, dia 23 de agosto, o diário digital ‘Téla Nón’.
A companhia aérea da Guiné Equatorial, vai ligar São Tomé e Lisboa, em nome da companhia de bandeira nacional a STP Airways. A informação do Governo são-tomense acrescenta que duas outras companhias aéreas internacionais, também estão envolvidas no projeto, nomeadamente a White Airways (Portugal) e a Ethiopian Airlines (Etiópia).
“Após a saída da Euro Atlantic que se prevê para finais de Outubro, isto permitirá à CEIBA assegurar ligações domésticas e internacionais para Portugal e outros países europeus”, diz a nota do Governo de São Tomé e Príncipe, citada pelo ‘Téla Nón’.
Em Lisboa pouco se sabe sobre este dossier que tem sido tratado à revelia da companhia aérea portuguesa Euro Atlantic Airways (EAA), que além de ter sido sócio fundadora da STP Airways (em junho de 2008) e acionista maioritária, forneceu desde sempre os aviões para as ligações entre Lisboa e São Tomé, em regime de ACMI.
As notícias conhecidas, publicadas no passado mês de junho, é que o Governo de São Tomé e Príncipe, também acionista da STP Airways, tinha anunciado a sua intenção de mudar a companhia e os aviões que realizam os voos para Lisboa (LINK notícia relacionada).
O anúncio que surpreendeu os responsáveis pela EAA. Na capital portuguesa, Tomaz Metello, proprietário e presidente do Conselho de Administração da Euro Atlantic, disse ao ‘Newsavia’ que há dívidas para saldar a favor da sua empresa e que qualquer mudança só se faria com acordo de ambas as partes. Lamentou que não tivesse havido diálogo do lado são-tomense.
Poucos dias depois, em comunicado, a administração da Euroatlantic reagiu contestando o posicionamento do Governo são-tomense. Denunciou dívidas do Estado são-tomense que atingem cerca de quatro milhões de euros, e rejeitou a possibilidade de interromper a ligação aérea a partir de outubro.
A questão não é nova, se bem que a maneira como está a ser tratada, não seja a normal entre parceiros de negócios. Entretanto, a Euro Atlantic já tinha aberto o segredo, em junho passado, e disse que não faz sentido manter a rota, a sua intervenção e total compromisso com a STP Airways, se não tiver a concessão exclusiva do serviço de handling no Aeroporto de São Tomé e Príncipe, cujas receitas equilibram a exploração comercial do voo entre Lisboa e São Tomé, com uma frequência semanal em Boeing 767-200 cuja exploração é deficitária.
Ao fim e ao cabo as autoridades de São Tomé e Príncipe pretendem concessionar o serviço de handling a outra empresa, por razões não apontadas publicamente, soube o ‘Newsavia’.
A Euro Atlantic Airways é a acionista maioritária da STP Airways com 40% das ações. O Estado são-tomense tem 30% e os outros 30% foram distribuídos por pequenos operadores privados.
Escreve o jornal ‘Téla Nón’ que “enquanto acionista maioritário, a Euroatlantic garantiu a ligação aérea entre São Tomé e Lisboa, tendo colocado a disposição um aparelho de marca Boeing. A STP-Airways ganhou prestígio desde 2008, com ligações regulares e seguras entre São Tomé e Lisboa e vice-versa. A instabilidade que marcava a ligação aérea entre São Tomé e Lisboa, através de várias outras companhias ou iniciativas de transporte aéreo, que foram criadas no país até 2008, ficou assim resolvida.”
Em junho passado, o ministro das Obras Públicas Infraestruturas e Recursos Naturais, Osvaldo Abreu, declarou em direto no Telejornal da Televisão Nacional, que o Governo são-tomense não iria renovar o entendimento com a Euro Atlantic como companhia que voa entre São Tomé e Lisboa, em nome de São Tomé e Príncipe. O Ministro deixou claro que a partir de Outubro próximo, a STP-Airways iria ter outras asas para voar entre São Tomé-Lisboa e vice versa.
Na última semana, no quadro da visita do Presidente da República Evaristo Carvalho à Guiné Equatorial, os dois países assinaram o acordo no domínio dos transportes aéreos, que permite à companhia CEIBA da Guiné Equatorial, que voa para a Europa com o Certificado de Operador Aéreo (COA) e tripulações da companhia portuguesa White, substituir a Euro Atlantic na ligação aérea direta entre São Tomé e Lisboa, a partir de outubro.
“Esta operação está a ser montada com outras operadoras aéreas, nomeadamente, a portuguesa White e Ethiopian Airlines da Etiópia. A White Airways é uma companhia aérea portuguesa, pertencente ao grupo Omni Aviation SGPS, dedicada à aviação charter”, conclui a nota distribuída esta semana pelo Governo são-tomense.
Em Lisboa, mais uma vez a Euro Atlantic diz que não vai pronunciar-se, no imediato, sobre esta questão. A companhia mantém a posição anterior e no decorrer da próxima semana vai analisar o comunicado distribuído pelas autoridades governamentais da República Democrática de São Tomé e Príncipe, disse uma fonte da companhia ao ‘Newsavia’. A partir daí poderá tomar uma posição pública.