Sevenair admite abrir voo regular entre Cascais e a ilha do Porto Santo

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A Sevenair, companhia aérea portuguesa a quem está concessionada a linha regular de transporte de passageiros entre o norte e o sul de Portugal, com dois voos diários, está a realizar desde há algumas semanas um voo semanal direto entre o Aeródromo Municipal de Cascais e a ilha do Porto Santo, no arquipélago da Madeira (LINK notícia relacionada).

A operação, que é feita em parceria com o Hotel Vila Baleira (Grupo Ferpinta), tem permitido um novo tipo de oferta no mercado de férias em Portugal, num momento muito particular, nomeadamente para a aviação comercial e para o turismo. A reação do mercado tem sido excelente, e embora limitada à capacidade do Jetstream 32 da companhia, a operação já foi acrescentada para satisfazer a procura. Há voos confirmados até ao dia 19 de setembro, e caso exista mais interessados, há possibilidade de fazer outras ligações.

 

Alexandre Alves, diretor de Operações da Sevenair, disse ao ‘Newsavia’ que a empresa está a “analisar a possibilidade de manter esta frequência como voo regular, mas está ainda numa fase de apreciação muito inicial”, além de admitir que esta experiência poderá funcionar como teste para uma futura operação de maior envergadura no mercado português.

 

Colocámos algumas questões ao responsável da Sevenair, cujas respostas podemos ler em seguida:

 

– Tem sido abordado com alguma frequência o tema da criação de uma rede de ligações aéreas, internas e regionais, que, em termos de acessibilidades, facilite as deslocações urgentes entre cidades de maior relevo económico. A Sevenair, dada a experiência da rota Vila Real-Portimão, e agora, com esta nova etapa, nos fretamentos para as ilhas, considera ser viável estender essa rede a outros aeródromos regionais portugueses?

– Existe sem dúvida procura e necessidade por parte do mercado em que existam ligações de muita proximidade, não só para as cidades onde operamos como para muitas outras. Diariamente recebemos pedidos de Castelo Branco, Braga, Coimbra, entre outras.

Existe uma questão fundamental que é a viabilidade financeira da operação. Dadas as especificidades dos aeródromos e o número expectável de passageiros, este tipo de operações aéreas tem necessariamente de ser subsidiada de alguma forma. O normal é o subsídio ao passageiro, que apenas paga uma parte do real custo da operação, assumindo o estado o restante. Havendo esse apoio seja do governo seja dos municípios, é possível operar com preços de bilhetes competitivos. Caso contrário, aeronaves de pequeno/médio porte têm o inconveniente de ter um custo/lugar elevado, apesar de terem muitas valências como a de, por exemplo, poder operar em pistas muito curtas, como é o caso de Vila Real ou Portimão.

 

– O Porto Santo é no Verão um nicho de mercado interessante, por questões já conhecidas, e nomeadamente, neste ano, devido à pandemia. Poderá ter continuidade aproveitando outras origens em regiões interiores de Portugal Continental?

– Esta primeira experiência que ainda vai a meio, penso que servirá também para sentirmos se há apetência no mercado para que este produto seja oferecido de uma forma mais regular.

Conseguimos comercializar os pacotes a todas as regiões, possibilitando aos passageiros que combinem os nossos vôos regulares, vindos de Bragança, Viseu ou Portimão, com a saída de Cascais para Porto Santo.

Já houve pedidos para fazermos a ligação com saída direta do Porto ou de Faro. É algo que temos de estudar e sempre com parceiros hoteleiros, de forma a podermos oferecer um produto competitivo.

– A Sevenair poderá apostar numa frota mais apropriada para ligações regulares e transporte de passageiros entre cidades, de forma a satisfazer um segmento de clientela que pretende evitar as esperas e a confusão dos aeroportos de maior dimensão, casos de Lisboa, Porto e Faro, por exemplo? E até mesmo de aeródromos espanhóis perto da fronteira com Portugal?

– Uma das alterações que temos sentido com esta pandemia é o crescente interesse por voos de muita proximidade. As pessoas querem evitar utilizar aeroportos demasiado congestionados, e aeronaves com centenas de lugares completamente cheias, por razões óbvias. O nosso tipo de operação e as infraestruturas aeroportuárias onde operamos são excelentes nesse sentido.

Temos assim feito alguns charter para empresas, grupos ou operadores turísticos, precisamente por oferecermos quase um serviço de voo privado.

Não descartamos a possibilidade de adaptação da frota para podermos efetuar outro tipo de voos, como aliás temos sempre feito. As aeronaves que operamos são normalmente adquiridas devido às suas características que se adequam às especificidades de cada operação.

Os Dornier são as aeronaves indicadas para operar em Vila Real e Portimão, devido à dimensão das pistas e às características técnicas destas aeronaves. Os Jetstream são aeronaves excelentes para voos até 02h30, como se tem comprovado com esta operação. Não descartamos outro tipo de aeronave para outro tipo de missão

 

Um dos dois Dornier 228 da Sevenair que são utilizados nas rotas entre o norte e o sul de Portugal continental.
  • Na imagem de entrada vemos o BAe Jetstream 32 a aterrar na ilha do Porto Santo. Foto © Paulo Brito

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