O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) recusou reunir-se com o Conselho de Administração do grupo aéreo açoriano SATA sem a presença do seu presidente, Paulo Meneses, que se encontra em Bruxelas, noticiou nesta terça-feira, dia 5 de julho, a agência Lusa em despacho da cidade de Ponta Delgada, na Região Autónoma dos Açores.
“A reunião era especificamente com ele, podia ser com a administração toda, mas ele teria que estar presente, não houve reunião”, disse à Lusa a presidente do SNPVAC.
Luciana Passo considerou uma “falta de respeito” para com o sindicato e “sintomático da desorganização que grassa na SATA” o facto de o sindicato não ter sido sequer avisado da ausência de Paulo Meneses.
“O presidente do Conselho de Administração tem de saber o que se passa na SATA, não sabemos nós até que ponto ele sabe ou está inteirado, e há muitas coisas a serem tratadas, muitos assuntos pendentes e recorrentes”, sublinhou Luciana Passo.
A vogal do Conselho de Administração da SATA, Isabel Barata, reagiu com “estranheza” a esta posição do sindicato quando em ocasiões anteriores tem sido recorrente a ausência do presidente da companhia aérea açoriana.
“A empresa fez-se desta vez representar por dois administradores, como é normal e tem acontecido, e o sindicato entendeu que desta vez queria ter o presidente presente, estranhamos. O senhor presidente quando pode estar, está, quando não pode estar, por razões de agenda, não está. O senhor presidente está em Bruxelas, num congresso das empresas de aviação comercial regionais da Europa”, explicou Isabel Barata.
Na reunião agendada para esta terça-feira, o SNPVAC queria debater vários assuntos com o presidente da companhia aérea açoriana, entre os quais “a operação e a situação laboral da SATA Internacional”.
Luciana Passo afirmou que entre as questões a debater estava o plano estratégico, que “é aparentemente inexistente” e, ainda, “problemas com as tripulações, com os voos, com os tempos de trabalho, com questões fiscais e questões laborais da SATA Air Açores e da SATA Internacional”.
“Eram variadíssimas questões, todas elas importantes e todas requerem uma solução urgente”, sublinhou Luciana Passo.
A presidente do sindicato diz haver “falta de tripulações na SATA”, o que a vogal do Conselho de Administração da companhia justifica com uma situação extraordinária de “elevado absentismo”, fruto de “algumas licenças que estão previstas na lei”.
Presentemente o Grupo SATA tem duas companhias aéreas. A SATA Internacional, que está a voar com a designação Azores Airlines, mudança operada nos primeiros meses deste ano, de acordo com o seu plano estratégico, opera uma frota de aviões a jato, em voos para aeroportos nacionais e internacionais (Airbus A320 e A310). Desde o início do Verão que também está a operar para os Estados Unidos da América e Canadá com um avião Airbus A330-200, que substituiu um Airbus A310 que já foi devolvido ao ‘lessor’. A SATA Air Açores trabalha com aviões turbo-hélice da Bombardier e realiza voos inter-ilhas nos Açores, Madeira e Canárias.
O grupo aéreo açoriano, através da SATA Aeródromos, tem ainda a concessão de alguns aeroportos regionais, por cuja gestão é responsável.