O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) manifesta-se preocupado “pelo facto de voos para destinos que historicamente sempre foram operados pela TAP com taxas de ocupação elevadas e com várias frequências diárias, não estarem a ser rentabilizados devidamente, apesar de haver procura, numa altura em que a TAP está necessitada de mercado para recuperar da crise”.
Num comunicado distribuído nesta segunda-feira, dia 28 de dezembro, em Lisboa, o sindicato dos pilotos portugueses refere que “assiste-se incompreensivelmente, neste momento, ao abandono destes voos por parte da TAP com a consequente perda de receitas, aproveitamento de aeronaves e tripulações que se encontram imobilizadas, sobretudo agora que a empresa já não se encontra ao abrigo do lay-off”.
O SPAC lamenta não encontrar “justificação para esta política comercial uma vez que existe neste momento mercado de passageiros interessados nestes voos”, sendo “notório que as outras companhias têm aproveitado a ausência e abandono da TAP no que respeita a voos que registam taxas de ocupação elevadas e com várias frequências diárias chegando estas por vezes ao número de quatro frequências diárias”.
Os pilotos citam os casos da KLM, Lufthansa, Swiss e EasyJet, companhias que “estão a operar, por exemplo, a partir da cidade do Porto com aeronaves de elevada capacidade, tendo por vezes recorrido a aviões de longo curso para satisfazer a procura crescente por parte de passageiros”.
A atual política comercial da TAP está a induzir os passageiros frequentes da companhia em erro e resulta num “prejuízo evidente para os seus acionistas e para todo o povo português”, considera o SPAC.
O sindicato refere exemplos no comunicado, apontando que a SWISS no passado dia 19 de dezembro aterrou no Porto, no norte de Portugal, com dois aviões grandes, um B777 (334 passageiros) e um A340-300 (308 passageiros). Esta companhia, de bandeira suíça, e a EasyJet, de matriz britânica, mas que também opera com um Certificado de Operador Aéreo (COA) suíço, realizaram um total de 12 voos provenientes de Genebra e de Zurique, diz o SPAC.
Nesse dia a “TAP não realizou um único voo entre o Porto e Zurique, não obstante a elevada procura evidenciada, mantendo em terra os seus aviões, assim como os seus pilotos e demais tripulantes”.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil afirma que “não compreende estes critérios de gestão da empresa TAP”.