Situação no Aeroporto de Lisboa normalizada – Avaria afetou 400 voos

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Foi reparada aos primeiros minutos desta quinta-feira, dia 11 de maio, a avaria que impediu o reabastecimento de dezenas de aviões no Aeroporto Internacional Humberto Delgado, em Lisboa, na quarta-feira, dia 10 de maio, que deixou em terra muitas aeronaves comerciais e milhares de passageiros. Fonte da ANA – Aeroportos de Portugal, concessionária do aeroporto, confirmou ao princípio da madrugada que o sistema já está normalizado.

Tratou-se de uma situação inesperada e, de certo modo, única, que provocou grande embaraço às companhias aéreas que utilizam a plataforma aeroportuária na capital portuguesa e, nomeadamente, aos milhares de passageiros que não puderam seguir viagem para os seus destinos. Muitos ficaram hospedados em hotéis por conta das companhias aéreas e outros dormiram ou descansaram em camas de campanha montadas no Aeroporto de Lisboa pelos Serviços de Proteção Civil. A lotação dos hotéis na capital portuguesa está completa, segundo referiram alguns canais televisivos nacionais.

Na origem dos constrangimentos esteve uma avaria no sistema de bombagem de abastecimento de combustíveis para aeronaves que é canalizado até aos parques e às posições de estacionamento, onde os aviões são abastecidos diretamente. A avaria verificou-se logo ao princípio da tarde e, segundo declarações do diretor do Aeroporto de Lisboa, a anormalidade agravou-se pois o sistema redundante de abastecimento também não funcionou. João Nunes, em conferência de imprensa, realizada na noite desta quarta-feira, no Aeroporto de Lisboa, disse que pelas 16h00 alguns aviões começaram a ser reabastecidos através de auto-tanques, tal como acontecia anteriormente quando o sistema de bombagem e canalização não existia. Contudo, não foi suficiente para abastecer o grande número de aviões estacionados em Lisboa.

Até às 22h00 tinham sido cancelados 64 voos e tinham divergido para outros aeroportos 11 voos, a maioria da TAP que foram para os aeroportos do Porto, no norte de Portugal, e de Madrid, em Espanha, reabastecer de modo a que pudessem aterrar em Lisboa e seguir para nova viagem sem necessidade de reabastecer. Foram ainda afetados 322 voos por atrasos e três voos de longo curso da TAP descolaram de Lisboa com destino a Nova Iorque (EUA), Recife (Brasil) e Maputo (Moçambique), mas fizeram escala no Aeroporto de Faro, no sul de Portugal, onde reabasteceram. Em solo, pelas 22h00, estavam 83 aviões que aguardavam reabastecimento para prosseguirem viagem.

A avaria que bloqueou o abastecimento das aeronaves no Aeroporto de Lisboa afetou, além do sistema de alimentação principal, também o redundante, devido a uma entrada de ar que fez desferrar o circuito, segundo fonte aeroportuária.

O diretor do Aeroporto Humberto Delgado explicou que a avaria deu-se quando, “por um motivo de operação, num dos três tanques de abastecimento de combustível, houve uma situação que aconteceu pela primeira vez, que foi ‘desferrar'”, devido ao facto de ter começado a entrar ar.

Por questões de segurança e precaução, existe um circuito redundante de abastecimento, mas, segundo o mesmo responsável, “infelizmente, o que aconteceu não afetou só o sistema de alimentação principal, mas também no sistema redundante entrou ar”, criando dificuldades em resolver o problema e obrigando ao recurso a camiões autotanques.

O sistema de abastecimento de combustível ao Aeroporto de Lisboa é da responsabilidade do GOC [Grupo Operacional de Combustíveis, liderado pela Petrogal e que reúne as principais petrolíferas].

 

Segundo as últimas informações serão realizados alguns voos durante a noite para permitir a regularização do tráfego atrasado, esperando-se que durante o dia as companhias possam disponibilizar mais voos e lugares de modo a que os passageiros atrasados possam chegar aos seus destinos.

 

É a primeira vez que uma anomalia destas ocorre num aeroporto português, com esta dimensão. Por isso, aguarda-se com alguma curiosidade o evoluir desta situação, nomeadamente as despesas e prejuízos que foram assumidos para já pelas companhias aéreas, mas que, sabemos, não foram provocadas por atrasos dos seus serviços. É provável que o Grupo Operacional de Combustíveis tenha uma apólice de seguro que preveja este tipo de percalços.

 

  • Notícia atualizada às 00h45 de quinta-feira, dia 11 de maio de 2017

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