Siza Vieira lamenta que ainda não esteja tomada uma decisão sobre o Aeroporto de Lisboa

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O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, esteve no palco do 46º Congresso da APAVT (Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo), que terminou na cidade de Aveiro, nesta sexta-feira, dia 3 de dezembro. Um momento interessante, já que o governante se submeteu a uma entrevista pública que foi conduzida por Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT.

Siza Vieira não divergiu em nada do que tem sido a política do governo socialista nestes últimos anos, sobre o novo Aeroporto de Lisboa e, nomeadamente, sobre a TAP e o seu processo de reestruturação, temas bastante abordados, por diversos oradores, neste congresso. Nem sempre com pontos de vista concordantes, como sabemos, já que o aeroporto e a companhia aérea de bandeira nacional, são temas da maior importância para quem trabalha no sector e que anseia a sua solução para que os negócios fluam, neste tempo que se afigura de recuperação. Sobretudo o arrastar das soluções ou o tomar de decisões adequadas, atrasam o lançamento de novos projetos ou a recuperação de outros, envolvidos nessa névoa de incertezas.

“Esta história do aeroporto [em Lisboa] é mesmo lamentável. Não tenho outra palavra para descrever isto. (…) estamos a falar de uma decisão que tem que ser tomada”, começou por dizer Pedro Siza Vieira.

O ministro admite que haverá sempre “prós e contras em qualquer decisão”, mas que “a incapacidade” de se tomar uma decisão, “onde alguns setores ainda acham que há aspetos que não são favoráveis”, é para si “absolutamente lamentável”.

“Acho muito complexo que no sistema político não fossemos capazes de tomar uma decisão básica que é esta: nó precisamos mesmo de um aeroporto. É incontestável que precisamos de aumentar a capacidade aeroportuária em Lisboa. Qualquer decisão que seja tomada, expandir a Portela, fazer um aeroporto na margem sul, na margem norte, tem, seguramente, vantagens e inconvenientes, qualquer delas. Agora para mim há uma coisa muito crítica, o tempo tem um valor cada vez maior”, afirmou o ministro Siza Vieira em Aveiro.

Atualmente, em cima da mesa estão três hipóteses: aeroporto Humberto Delgado (principal), com o aeroporto do Montijo (complementar); aeroporto do Montijo (principal), com o aeroporto Humberto Delgado (complementar) e uma infraestrutura localizada no Campo de Tiro de Alcochete.

Na quarta-feira, dia 1 de dezembro, o Presidente da República disse, também em Aveiro, na sessão de abertura do Congresso da APAVT, que uma das virtudes das eleições é a possibilidade de clarificação de alguns assuntos e que é isso que espera que os candidatos eleitorais façam, nomeadamente, sobre o futuro da TAP e do novo aeroporto.

“Um aspeto positivo de haver eleições é o de esperar que da parte daqueles que concorrem a eleições clarifiquem estas matérias”, disse Marcelo Rebelo de Sousa na abertura do 46.º Congresso Nacional da APAVT, respondendo a apelos do setor sobre as preocupações com a TAP e o aeroporto.

“Não há nada como clarificar antes do início da legislatura para não haver surpresas durante a legislatura. Clarificar em primeiro lugar como é importante haver uma decisão sobre o aeroporto, para não haver os ‘avança e recua’ de acordo com questões conjunturais meramente táticas. O país não suporta esse taticismo. Tome-se uma decisão e tome-se em 2022. Já vos disse que gostaria de ver o resultado dessa decisão antes do fim do meu segundo mandato, mas para isso é preciso tomar a decisão”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa perante os congressistas.

Pedro Siza Vieira disse a Pedro Costa Ferreira que espera que “uma vantagem destas eleições seja que o sistema político seja capaz de corresponder ao apelo do senhor Presidente da República”, quando diz: “Entendam-se sobre o que querem fazer do aeroporto”.

“Se houver esse consenso político, as decisões tornam-se possíveis”, acrescentou o ministro.

“Acho que estes anos foram anos perdidos nesta matéria e espero vivamente que sejamos capazes de inverter esta situação tão rapidamente quanto possível como apelou o senhor Presidente da República”, acrescentou.

Na quinta-feira, dia 2 de dezembro, o administrador da ANA – Aeroportos de Portugal Francisco Pita insistiu também ser fundamental haver “um aumento significativo” da capacidade aeroportuária em Lisboa, a ver pela recuperação na aviação, lembrando que a empresa está preparada para avançar no Montijo que levará quatro anos a construir.

“A posição da ANA é conhecida. Apresentou uma proposta ao Governo, está preparada, consegue concretizá-la em quatro anos e é o Montijo. A nossa posição é absolutamente clara em relação a isso. Não temos qualquer dúvida que é fundamental haver um aumento significativo da oferta da capacidade aeroportuária em Lisboa, se não será impossível crescer”, afirmou Francisco Pita no congresso da APAVT.

 

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