Os governos do Brasil e da Suécia já chegaram a acordo e irão finalizar nos próximos dias o contrato para a compra de 36 aviões caça-bombardeiros Gripen NG, fabricados pela empresa sueca Saab.
O acordo foi fechado nesta quarta-feira, dia 29 de Julho, em Brasília, depois de três dias de negociações, durante as quais o governo brasileiro insistiu na redução da taxa de juros do contrato. A taxa ficou em 2,19%, percentual que, segundo o ministro da Defesa, Jaques Wagner, é bom para ambos os países.
O ministro que falava aos jornalistas, no Mato Grosso do Sul, onde esteve em viagem de trabalho, esclareceu que o Brasil usou como argumento a queda da taxa de juros na Europa: “O Governo não poderia assinar em 2015 um contrato com a taxa de 2014”, disse Wagner, referindo-se à queda das taxas de juros na Europa. De acordo com o ministro, num prazo de 10 a 12 dias, o contrato será confirmado e cerca de 200 brasileiros irão à Suécia visando ao treinamento, já que o projeto envolve a transferência de tecnologia para indústrias do Brasil.
Segundo o Ministério da Defesa, com o fim das negociações, o contrato seguirá os trâmites legais para aprovação final no Senado Federal. O primeiro avião deve ser entregue pela Saab em 2019 e o último em 2024. O Governo brasileiro optou pela compra de 36 caças suecos Saab Gripen NG no final de 2013.
Projeto FX-2 remonta a 2001
O chamado Projeto FX-2, que inclui os caças, teve início em 2001. Aeronaves de três países disputaram o contrato com o Governo brasileiro. Além do Saab Gripen NG, o Boeing F-18E/F Super Hornet, dos Estados Unidos; e Dassault Rafale F3, da França; estavam na disputa. O modelo sueco substituirá os Mirage 2000, que serão aposentados este mês.
A transferência de tecnologia foi um dos fatores que levaram o Governo a optar pela compra de 36 caças da Suécia. O modelo NG (New Generation) é novo, derivado de versões anteriores do Gripen, e fez testes de voo apenas como protótipo. Para o Governo, isso é positivo, uma vez que a tecnologia transferida será “inédita para o setor aeroespacial”.
“Quando terminar o desenvolvimento, nós teremos propriedade intelectual desse avião, teremos acesso a tudo”, explicou em 2013 o comandante da Aeronaútica, brigadeiro Juniti Saito, que participou do anúncio da escolha pelos caças suecos.
O Gripen NG será utilizado em missões de defesa aérea, reconhecimento no ar e ataques no solo e no mar. Um dos requisitos apontados pela Força Aérea Brasileira (FAB) para a escolha do modelo foi a tecnologia de ponta, com sensores avançados e fusão de dados.
O contrato contempla ainda treinamento de pilotos e mecânicos, aquisição de simuladores de voo e logística inicial. Ao anunciar a compra, o então ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que a escolha foi objeto de estudos e ponderações muito cuidadosas.