A construtora aeronáutica europeia Airbus está a oferecer o seu A380, de dois pisos, hoje o avião comercial com maior capacidade para o transporte de passageiros, por metade do preço de catálogo.
A atitude da fábrica de Toulouse parece resultar de um virar de costas de diversas companhias internacionais que, em princípio, se mostraram interessadas na aquisição do avião, mas que depois, por motivos vários, não continuaram as negociações.
O jornal norte-americano ‘The New York Times’, na edição do último fim-de-semana, garante que o ‘Super Jumbo’ está agora à venda com descontos muito grandes, e cita que tem conhecimento que há casos em que o emblemático avião de passageiros da Airbus já foi oferecido por metade do preço-base, que é de 400 milhões de dólares norte-americanos.
De acordo com o jornal da cidade de Nova Iorque, a menor procura pelo avião obrigou a empresa a baixar o preço. A Airbus recebeu 318 pedidos e entregou 138 aviões para apenas 11 companhias, um resultado considerado desapontador.
Segundo a publicação, a previsão da Airbus de que o A380 se tornaria o ‘carro-chefe’ entre as empresas aéreas está longe de se tornar realidade. Os pedidos têm ocorrido de forma lenta, e nenhum comprador foi encontrado nos Estados Unidos, na América do Sul ou na Índia. A aeronave enfrenta dificuldades de venda porque foi apresentada em meio a uma grande retracção do sector aéreo, afirma o jornal.
A Airbus gastou aproximadamente 25 mil milhões de dólares norte-americanos para desenvolver a aeronave e a expectativa é de conseguir pelo menos cobrir os custos operacionais.
O Airbus A380 é capaz de transportar de 555 a 845 passageiros e, por enquanto, não utiliza nenhum dos aeroportos dos países de língua oficial portuguesa. No Brasil já foi hipótese. A Lufthansa e a Air France já tentaram integrá-lo na rota de São Paulo, mas as autoridades aeroportuárias brasileiras responderam que nenhum aeroporto da cidade tem condições para receber o avião, dada a sua envergadura de asas, além da operação estar condicionada por falta de estruturas suficientes, em terra, que permitam o desembarque e embarque dos passageiros com a necessária fluidez.
Em Lisboa não há condições, por enquanto, para haver uma operação regular com aviões Airbus A380. Em Angola, dizem as autoridades nacionais, o novo Aeroporto Internacional de Luanda, que deverá começar a funcionar em 2016, poderá estar preparado para acolher as operações do ‘Super Jumbo’ fabricado pela Airbus.