O Presidente da República de Angola, João Lourenço, declarou nesta sexta-feira, dia 1 de junho, que a ‘Air Connection Express’, o consórcio público-privado anunciado recentemente pelo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, para garantir voos domésticos em Angola (LINK notícia relacionada), não vai adiante.
Na sua primeira grande entrevista à cadeia televisiva europeia ‘Euronews’, o Chefe de Estado angolano afirmou que este consórcio, entre a companhia de bandeira TAAG – Linhas Aéreas de Angola, a também empresa pública ENANA – Empresa Nacional de Exploração de Aeroportos e Navegação Aérea e algumas empresas privadas, não vai sair, não vai acontecer, por se tratar, segundo disse, de uma “companhia fictícia”. Numa entrevista que foi, quase toda ela focada no tema do combate à corrupção e da recuperação do prestígio de Angola, dos angolanos e dos seus governantes, o Presidente João Lourenço foi direto na suas afirmações e eficaz na mensagem que enviou a quem o rodeia ou que pretende fazer negócios com a proteção governamental:
“E essa companhia ou consórcio, entre a companhia de bandeira TAAG e algumas empresas privadas não vai sair, não vai acontecer. Eu desafio os passageiros angolanos, que me digam: “olhe, o senhor disse à Euronews que não existia consórcio nenhum mas eu hoje viajei num dos aviões de que o senhor fulano tal falou.” Portanto esse é o desafio que eu faço. Não faço ao autor da acusação, mas faço a todos os angolanos, potenciais passageiros, dessa companhia fictícia.”, assim respondeu João Lourenço à cadeia televisiva europeia quando interrogado acerca da hipotética saída de verbas do Fundo Soberano de Angola para a aquisição de aviões para a tal companhia de voos regionais.
Anunciado no princípio deste mês, em Luanda, o consórcio público-privado teria como sócios as empresas públicas TAAG e ENANA, ao lado de sete outras privadas, designadamente Bestfly, Air Jet, Air 26, Guicango, Dieximim, Sjl e Mavewa.
O então grandemente publicitado operador iria adquirir seis aviões Bombardier Q-400, ao abrigo de um contrato no valor de 198 milhões de dólares.
“A criação de uma nova operadora de transporte aéreo doméstico, segundo justificava o ministro dos Transportes, resultava de estudos, que apontavam, entre outros constrangimentos, para uma excessiva fragmentação do mercado de aviação civil no país”, recorda neste sábado, dia 2 de junho, a ANGOP, agência estatal de notícias de Angola.
O mês de junho entra com novidades no setor da aviação civil em Angola e, certamente, iremos ter já algumas reacções às declarações de João Lourenço no início da próxima semana.
- LINK para ouvir e ler a entrevista completa do Presidente João Lourenço à ‘Euronews’