A TAP Air Portugal considera que o aviso de greve dos tripulantes de cabina e a inflexibilidade do respetivo sindicato (SNPVAC) confirmam um cenário mais difícil para negociar uma solução que não prejudique os clientes, a companhia e os Portugueses.
Face a esta situação a Comissão Executiva da companhia aérea portuguesa decidiu cancelar 360 voos programados para os dois dias da greve (8 e 9 de dezembro). Num comunicado distribuído na tarde desta quarta-feira, dia 23 de novembro, a TAP informa que “para evitar que os clientes com voos reservados para estas datas sejam ainda mais afetados pela incerteza sobre se o seu voo, devido à greve, terá ou não lugar, decidiu cancelar 360 voos programados para os dois dias da greve”. A posição foi confirmada durante uma conferência de imprensa convocada apressadamente na manhã desta quinta-feira, na qual a Comissão Executiva da companhia afirma que “terá um grande custo para a TAP, mas é a decisão certa para proteger os nossos passageiros”. Estima-se que sejam afetados cerca de 50 mil passageiros e que as perdas para a companhia somem cerca de oito milhões de euros nos dois dias de greve.
“Esta é a única solução que permite mitigar os inconvenientes causados aos clientes da TAP, pois infelizmente a definição de serviços mínimos pode ser feita até três dias antes do início da greve e o SNPVAC recusou-se a antecipar a consulta aos seus membros, que só está programada para 6 de dezembro, apenas dois dias antes do início da greve, e é a única forma de a cancelar”, explica a TAP no comunicado.
Desde a primeira reunião, destinada a evitar a greve, a TAP apresentou ao SNPVAC propostas concretas que justificariam a não realização da greve e que seriam de grande benefício para os membros da tripulação de cabina, mas o SNPVAC não as quis apresentar aos seus associados.
Nessas reuniões, a TAP foi clara em dois pontos:
– O Acordo de Emergência devidamente acordado com o SNPVAC não pode ser alterado alguns meses após ter sido assinado por ambas as partes, porque isso comprometeria o cumprimento do Plano de Reestruturação;
– A Assembleia Geral do SNPVAC teria de ser antecipada, para permitir à TAP proteger antecipadamente os seus Clientes e minimizar o impacto nas suas vidas, para evitar perturbações inaceitáveis no aeroporto e para minimizar o impacto financeiro do anúncio da greve.
O SNPVAC, infelizmente, não concordou em realizar a Assembleia Geral antes de 6 de dezembro, dando assim aos seus associados a oportunidade de votar sobre o acordo alcançado com a TAP (LINK notícia relacionada).
Um dos argumentos invocados pelo SNPVAC para não o fazer é que a TAP apresentou uma proposta alegadamente desfavorável do AE.
A TAP diz que “este argumento é infundado, uma vez que a TAP está a seguir o mesmo procedimento neste caso que seguiu com todos os sindicatos da empresa. Tendo em conta que a última revisão completa do Acordo de Empresa para PNC teve lugar em 2006 e tem de ser atualizado, a TAP submeteu uma nova proposta de negociação ao SNPVAC. A proposta em questão, contudo, como é normal num processo desta natureza, é apenas uma proposta básica para efeitos de negociação.”
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Intransigência do pessoal de cabina da TAP (…) beneficia os concorrentes diretos da companhia
A TAP lamenta profundamente o resultado deste processo e a atitude intransigente do SNPVAC, que prejudicará a empresa, os seus clientes, e o País, beneficiando os concorrentes diretos da TAP.
O processo de cancelamento de voos e de informação aos passageiros já começou. A TAP contactará todos os passageiros afetados por estes cancelamentos, propondo voos alternativos, em datas diferentes, ou outras soluções que sejam aceites pelo Cliente. Com esta ação, a partir de hoje, e até 8 e 9 de dezembro, todas as equipas da TAP estão a trabalhar arduamente para encontrar as melhores soluções e minimizar todos os inconvenientes causados.
A TAP sabe que o cenário mais difícil que os seus clientes podem enfrentar é a incerteza sobre se os seus voos se vão realizar ou serão cancelados e, para ultrapassar esta incerteza, a TAP está a antecipar o cancelamento de parte da operação e já está a começar a trabalhar nas soluções a oferecer.
“A qualidade do serviço prestado e a defesa dos interesses dos seus clientes foram e serão sempre uma prioridade para a TAP, que continua disponível para negociar com todas as estruturas representativas dos trabalhadores, com sentido de responsabilidade”, diz a concluir o comunicado de imprensa.