A TAP confirmou o envio de quatro aviões Airbus A320 para manutenção programada nas instalações da Adria Tehnika, na Eslovénia, e acrescentou que se trata de uma prática que “sempre fez” e continuará a fazer.
“A TAP executa tarefas de manutenção nas aeronaves da sua frota em outras organizações de manutenção certificadas, que não a TAP Manutenção & Engenharia, sempre o fez e continuará a fazê-lo”, afirmou a transportadora, em resposta escrita à agência de notícias ‘Lusa’.
Em causa está o envio de quatro aviões A320 da TAP Air Portugal para manutenção programada nas instalações da estação MRO da empresa eslovena Adria Tehnika, entre a próxima semana e o final de julho, conforme explicou à ‘Lusa’ o Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA).
“Acaba por se perceber que o número de pessoas que nós temos não é suficiente para fazer face ao trabalho que existe e, portanto, essa será uma das razões pela qual isto está a acontecer”, disse à ‘Lusa’ Paulo Manso, do SITEMA.
O dirigente sindical lembrou que durante o período de reestruturação e os despedimentos que se seguiram saíram cerca de 100 técnicos de manutenção da TAP.
“Estamos nós a preparar uma reestruturação que, na prática, neste momento, está a acabar por contribuir para que haja um desenvolvimento de outras companhias aéreas que não a nossa, precisamente pela fuga de trabalho para o exterior, o que não nos parece nada acertado”, realçou Paulo Manso.
Durante as negociações no âmbito do plano de reestruturação, o SITEMA defendeu que não havia necessidade de reduzir o número de técnicos de manutenção de aviões, tendo em conta o número de profissionais face ao número de aviões.
“Isso não foi levado em linha de conta e nós agora estamos a viver aquilo que são as consequências precisamente dessa situação, ou seja, de não termos acautelado devidamente o número dos técnicos necessários para a operação da companhia e, como resultado disto, temos agora esta questão de mandar trabalho para o exterior, com os custos inerentes a tudo isso”, apontou o dirigente sindical.
Paulo Manso referiu ainda que a TAP chegou a fazer manutenção para outras companhias aéreas, um serviço que, atualmente, não consegue prestar.
“De há muito tempo a esta parte, basicamente, fazíamos [manutenção] para a SATA [companhia portuguesa com sede e base operacional na Região Autónoma dos Açores], e, neste momento, até para essa companhia aérea, que é nacional também, está difícil de fazer, porque se não conseguimos fazer para a nossa frota, muito menos conseguimos fazer para a frota de terceiros”, acrescentou Paulo Manso, considerando que se trata de uma “perda de receita para a TAP e até para o próprio país”.