A TAP Air Portugal já contabilizou este ano 100 milhões de euros em custos provocados pelos atrasos que se têm verificado, com grande frequência nos últimos meses, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, disse nesta quinta-feira, dia 27 de setembro, Antonoaldo Neves, presidente executivo da companhia aérea portuguesa.
Há quatro anos essa fatura anual de custos era de cerca de 50 milhões de euros, informou ainda o responsável pela gestão da TAP, que falava num debate sobre o aeroporto de Lisboa, no âmbito da IV Cimeira do Turismo Português.
Em consequência desses atrasos, a fatura aumentou para o lado da TAP e diz Antonoaldo Neves, que são “50 milhões de euros que podiam voltar para os passageiros” em termos de tarifas mais baratas.
O presidente executivo da TAP sublinhou a necessidade de serem conhecidos pormenores sobre a expansão do espaço aéreo da capital, uma vez que as companhias precisam de planear as suas operações com base em dados concretos, como lugares de estacionamento.
No mesmo painel, o presidente executivo da ANA – Aeroportos de Portugal, Thierry Ligonnière, recordou a importância do encerramento da pista secundária do aeroporto de Lisboa para avançar com expansão da capacidade e disse que essa é uma decisão que não é da gestora dos aeroportos. “Assim que houver a decisão, podemos arrancar com as obras”, garantiu o presidente executivo da ANA.
Na sua intervenção, Antonoaldo Neves referiu que a TAP está a crescer 13% e em 2019 o aumento deve ser de 14%, com “muito sacrifício” e “muito custo”, com o pagamento das indemnizações devidas legalmente aos passageiros devido aos atrasos provocados pelas dificuldades registadas em Lisboa.
Também Thierry Ligonnière reconheceu os atrasos e explicou que o aumento do tráfego no aeroporto está a ser feito à “custa de margens operacionais” e a “contrapartida é que tem de se funcionar como um relógio suíço”. “É o esforço que temos que fazer todos”, afirmou.