A TAP mantém a disponibilidade para baixar em mais 10 pontos percentuais o corte no salário dos pilotos, que neste momento está em 35%, apesar da rotura nas negociações, anunciou nesta quarta-feira, dia 6 de julho, o jornal digital ECO, que se publica em Lisboa.
Para a redução acontecer, não basta um aumento da produção atual, a comissão executiva exige um aumento da produtividade, noticia o ECO, que adianta que os pilotos readmitidos por ordem judicial serão reintegrados.
A decisão unilateral tomada pela TAP de baixar o corte salarial aplicado aos pilotos de 45% para 35%, “não limita a continuação das negociações para a redução dos restantes 10 pontos percentuais”, escreve a comissão executiva numa mensagem aos trabalhadores a que o ECO teve acesso e onde dá conta do resultado das sessões de esclarecimento realizadas com aqueles profissionais.
Ou seja, o corte poderá ainda baixar para 25%, ficando alinhado com o aplicado à generalidade dos colaboradores da transportadora aérea. A equipa liderada por Christine Ourmières-Widener salienta, no entanto, o facto de “os 10% adicionais não poderem ser eliminados com base simplesmente no aumento da produção atualmente verificada”.
No novo Acordo de Empresa, que substituirá o Acordo de Emergência assinado em 2021 e que contempla os cortes atuais, a comissão executiva tem a “intenção de melhorar a produtividade dos pilotos de forma a reduzir o custo por block hour, melhorar a capacidade de resposta às irregularidades operacionais e reforçar o pagamento associado à produtividade efetiva”. Diz pretender também “estabelecer um quadro de estabilidade laboral”.
No encontro foi explicado o racional para a redução unilateral do corte adicional dos pilotos em 10 pontos percentuais, para 35%, anunciado o mês passado. A companhia justifica a decisão com “o aumento de atividade, num ambiente de elevada irregularidade da operação em consequência da situação da indústria e com o nível de absentismo agravado pelo efeito do COVID-19”. Estes 10 pontos percentuais são para manter e não dependem de outras negociações ou contrapartidas.
Na mensagem, a TAP garante que “não existe qualquer plano ou intenção de recorrer a novo processo de despedimento coletivo” de pilotos. Diz também que “os pilotos readmitidos por ordem judicial serão reintegrados, com o normal processo de avaliação a ser conduzido pelo diretor de Operações de Voo”.
“O ajustamento do quadro de pilotos ao aumento de produtividade deverá ser conseguido através do aumento de frota em conjunto com eventuais saídas voluntárias (rescisões por mútuo acordo e licenças sem vencimento) e passagens à reforma”, diz também a missiva.