A TAP Portugal distribuiu na tarde desta segunda-feira, dia 30 de Março, um comunicado de imprensa em que explica as suas opções face à liberalização parcial das rotas entre o Continente e os aeroportos açorianos de Ponta Delgada/São Miguel e da Terceira.
As novas normas que entraram em vigor no domingo, dia 29 de Março, permitem a entrada nestes trajectos de outras companhias, nomeadamente das que trabalham o segmento de baixo custo, estando já a EasyJet a voar para São Miguel, tal como a Ryanair o fará a partir da próxima quarta-feira, dia 1 de Abril.
A TAP dividirá com a SATA o mercado das ligações regulares, em transporte aéreo de modelo tradicional. A redução de voos por parte da TAP, nomeadamente a retirada dos voos directos da ilha do Pico para Lisboa foi criticada hoje pelo presidente do Governo Regional dos Açores, que, inclusive, acusou a TAP de não respeitar as suas obrigações enquanto companhia nacional, e duma forma incisiva, manifestou “incompreensão” pela TAP ter deixado de assumir as suas responsabilidades de serviço público na região como determinou o seu acionista, que é o Estado.
“Seria desleal com a minha consciência se nesta oportunidade, referindo a importância que o novo modelo tem também nas ilhas de São Miguel e Terceira, não desse conta pública de um lamento e de uma incompreensão da minha parte, que é o facto da TAP ter abandonado as rotas do Faial e do Pico”, disse Vasco Cordeiro.
O chefe do executivo açoriano, que falava na cerimónia comemorativa dos 180 anos da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada, frisou que a transportadora aérea nacional, ainda como empresa pública, “faltou a um compromisso e uma orientação” do Conselho de Ministros de 15 de Janeiro de 2015.
O comunicado de imprensa da TAP que não refere as declarações do presidente do Governo Regional dos Açores, nem se refere à polémica e discussão que a sua atitude tem provocado essencialmente em círculos relacionados com o Executivo Açoriano, é do seguinte teor:
«As ligações aéreas entre o Continente e os Açores têm um novo enquadramento. Por um lado, alterou-se o modelo de Obrigações de Serviço Público e, pelo outro, foram liberalizadas as rotas para São Miguel e Terceira. Neste contexto, a TAP procurou adaptar-se às novas condições do mercado, sem prejuízo, de acordo com a evolução futura, de oferecer a cada momento um produto que corresponda adequadamente às necessidades dos açorianos e ao desenvolvimento dos fluxos turísticos.
Assim, no período de Verão IATA que agora se inicia, a operação da TAP é constituída por voos diários para São Miguel e para a Terceira, estando previstos reforços da oferta nos períodos em que o aumento da procura o justifique.
Em simultâneo, a TAP reforçou os seus acordos comerciais com a SATA, passando a ter o seu código em todos os voos desta companhia para os Açores, em particular nas ligações à Horta e ao Pico, que serão operados, nesta fase, exclusivamente pela companhia açoriana. De igual forma os voos da TAP terão o código da SATA.
Com vista a reforçar a acessibilidade dos fluxos turísticos para os Açores, os horários da TAP conjugarão a chegada dos principais mercados da Europa com as partidas para Ponta Delgada e Terceira, diminuindo o tempo total de chegada ao destino final, contribuindo para a existência de um produto mais atrativo. Ao mesmo tempo, através dos seus meios de comunicação nos mercados internacionais, a TAP reforçará a promoção do destino Açores.
Com a liberalização das ligações a São Miguel e à Terceira reforça-se a concorrência pela entrada de novos operadores, situação que a TAP acolhe com tranquilidade pela consciência de que, tal como em todos os outros mercados em que opera nestas condições, continuará a oferecer um bom produto, conjugando rede de destinos, tarifas e qualidade de serviço.»
- Foto: Carlos Seabra