O presidente executivo da TAP Portugal, Fernando Pinto, anunciou em carta aos trabalhadores da empresa as “acções” que já estão decididas para a companhia “com o objectivo de melhorar a nossa capacidade de resposta”, entre as quais a reprogramação dos voos, a que já se tinha referido publicamente, a extensão do fretamento de dois aviões de médio curso A320 e “manter a possibilidade em aberto de contratar um avião de longo curso para reforço imediato da frota se necessário”.
Na carta a que o ‘PressTUR’ teve acesso, Fernando Pinto especifica que se tratam “de medidas de protecção adicionais para reforçar a garantia da normalidade operacional durante o mês do Verão”, acrescentando de seguida que, “olhando já para o futuro imediato”, a companhia decidiu adquirir mais um Airbus A320 “para servir de reserva no Verão de 2015” e “acelerar o processo de substituição da frota da PGA”.
A companhia decidiu também avançar com a “formação de uma turma adicional de pilotos”, acrescenta Fernando Pinto que também avança na carta a informação que dos 468 voos cancelados entre 1 de Junho e 30 de Julho, de um total de 20.294 que estavam programados, 48% ou 226 não se realizaram por “falta de Pessoal Navegante” e 25% ou 119 por “causas técnicas”.
Fernando Pinto, que uma vez mais frisa que a TAP tem um índice de cumprimento dos voos programados que é um dos melhores da Europa, com 99,2% nos primeiros cinco meses deste ano, explica que a deterioração em Junho e Julho, em que o índice baixou para 98,1%, “ao contrário do que se tem dito, este agravamento não tem, no essencial, relação com o reforço da Rede da TAP”.
Os cancelamentos, diz Fernando Pinto, tiveram origem “principalmente” num “aumento de cancelamentos por motivos técnicos, em especial na frota A330 e Fokker 100”, na “entrada tardia em operação dos novos pilotos devido a atrasos na sua formação” [que já atribui a contratação tardia por demora na autorização oficial], à “greve de zelo decretada pelo SPAC” e ao “atraso na entrega de novos aviões (com influência maior no número de fretamentos)”.
Adicionalmente, prossegue a informação de Fernando Pinto, a TAP enfrentou a “influência negativa” de situações “fora do nosso controlo”, como as greves de controladores de tráfego aéreo na Europa, o incidente em Belém com um dos seus A330 e “problemas com terminais de bagagens em Londres”.
“A irregularidade operacional é, todos sabemos, uma realidade da nossa indústria, provocada por inúmeros motivos, muitos deles alheios à vontade das companhias, os quais se traduzem por vezes em cancelamentos de voos, situações que a TAP procura de todas as formas minimizar, protegendo os seus passageiros”, prossegue a carta de Fernando Pinto, com o CEO da TAP a defender de seguida que tendo havido “um agravamento pontual da irregularidade” a sua dimensão ficou “longe de justificar o clima criado em torno da TAP”.
Para Fernando Pinto, a explicação estará no incidente com um voo para São Paulo, de onde caíram peças de um reactor à partida de Lisboa, relativamente ao qual o executivo volta a realçar “o desempenho extremamente profissional” da tripulação e, também, uma vez mais que a esse propósito foi criado um “clima de suspeição” relativamente à Manutenção da companhia tanto mais “injustificado e injusto” quanto esse é um dos aviões em que a manutenção é “competência do fabricante”.
A mensagem termina com um apelo de Fernando Pinto para um “reforço do diálogo” como via de solução dos problemas internos e o alerta de que, “no imediato, precisamos, em especial, de reafirmar aos nossos passageiros que podem continuar a confiar na TAP e na nossa qualidade de prestação de serviços”.
- Texto da autoria da agência de notícias de turismo e viagens ‘PressTUR’, parceiro editorial do ‘NewsAvia’ em Portugal