O presidente executivo da TAP Air Portugal afirmou nesta terça-feira, dia 24 de abril, que a companhia tem de “multiplicar por pelo menos sete vezes” os “bons resultados” de 2017 para atingir a média de rentabilidade das congéneres a nível global e assegurar a sustentabilidade.
Numa mensagem enviada aos trabalhadores da companhia aérea, a que a agência ‘Lusa’ teve acesso, Antonoaldo Neves destaca que o lucro de 21,2 milhões de euros registado no ano passado pela TAP SGPS foi “o melhor resultado dos últimos dez anos”, num contexto de “prejuízos acumulados ao longo de muitos anos”, e traduz a “transição para um novo ciclo” de criação de valor na empresa.
“Mas quero deixar claro que, apesar disso, estes resultados ainda não são confortáveis, tendo em vista os compromissos que temos pela frente, bem como a volatilidade comum ao setor aéreo”, sustentou, defendendo ser preciso “multiplicar este resultado por pelo menos sete vezes para que se atinja a média de rentabilidade das outras companhias aéreas de nível global e para que haja sustentabilidade”.
Segundo se lê na mensagem aos trabalhadores, a TAP SGPS finalizou 2017 com um resultado líquido positivo de 21,2 milhões de euros, uma melhoria de 49 milhões de euros face ao prejuízo de 27,7 milhões registado em 2016, e com um aumento de 27,8% dos proveitos.
O ano passado ficou também marcado por um recorde no número de passageiros transportados (14,225 milhões), mais 21,6% que no ano anterior.
De acordo com o presidente executivo, “o resultado poderia ter sido ainda melhor” se não se tivesse registado um aumento do custo unitário (CASK) na TAP S. A. de cerca de 8% face a 2016, sendo a recuperação neste indicador “um desafio para este ano”.
TAP M&E Brasil teve prejuízo líquido de 50 milhões de euros
Num contexto em que “todas as empresas participadas pela TAP SGPS contribuíram positivamente para os resultados do grupo” a exceção foi a TAP M&E Brasil, que apresentou um prejuízo operacional antes de impostos e juros de 28 milhões de euros e um prejuízo líquido de 50 milhões de euros. Um quadro que Antonoaldo Neves diz pretender “reverter” através da “melhoria de processos e aumento de eficiência”.
“É muito importante criar valor, porque é através dele que podemos investir mais na nossa empresa e gerar também mais e melhores oportunidades para todos os colaboradores da TAP e continuar a contribuir para a economia portuguesa”, sustenta o presidente executivo, agradecendo aos trabalhadores da companhia, que descreve como “os melhores profissionais”.
No passado dia 16 o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, considerou que os resultados positivos da TAP em 2017 – ainda pendentes de aprovação em assembleia-geral de acionistas, que terá lugar a 9 de maio – dão “confiança no futuro” da transportadora aérea e na própria economia do país.
“A sua estabilização financeira e o regresso a resultados positivos é um bom sinal para os portugueses porque nos dá confiança no futuro da TAP e, ao fim ao cabo, confiança na nossa economia”, considerou o governante, acrescentando: “Foi esse o propósito da ação deste Governo. Consideramos que a manutenção de uma posição do Estado como maior acionista dava-lhe alcance estratégico, dava estabilidade estratégica e permitiria que uma gestão executiva por parte dos acionistas privados pudesse cumprir esse plano estratégico”.