O primeiro voo regular da TAP entre Lisboa e a cidade de Recife, no estado nordestino de Pernambuco, no Brasil, partiu do então denominado Aeroporto da Portela, na capital portuguesa, pelas duas horas da madrugada do dia 19 de abril de 1967. O CS-TBA ‘Santa Cruz’, o primeiro Boeing 707 ao serviço da companhia, aterraria sete horas e 55 minutos após a descolagem, inaugurando uma operação que viria a ser ininterrupta entre as duas cidades. Foi precisamente nesta altura que a TAP se assumiu como a primeira companhia aérea do mundo a operar exclusivamente com jatos.
Volvido meio século, a TAP continua a atravessar o Atlântico – agora num Airbus A330-200, com capacidade para 263 passageiros – e a contribuir para a aproximação de povos e culturas, numa das rotas preferidas dos portugueses e dos europeus em geral.
Verão com o dobro das reservas na rota de Recife
Este ano, até ao final do mês de fevereiro, as reservas de viagens para o Recife, entre abril e outubro (período de Verão IATA que coincide com o Verão no hemisfério norte), tinham já registado um aumento de 144% face a 2016. Nos três primeiros meses deste ano, a taxa de ocupação sofreu um aumento de 9 pontos percentuais face ao ano passado, tendo transportado aproximadamente 32 mil passageiros neste período. A companhia aérea nacional portuguesa prevê ainda o reforço da oferta para o Recife com mais um voo semanal, durante o próximo verão – de Junho a Outubro.
A TAP voa para 10 destinos no Brasil – Rio de Janeiro, São Paulo/Guarulhos, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador da Baía, Recife, Natal, Fortaleza e Belém, totalizando 73 voos por semana entre Portugal e o Brasil.
Assinalando os 50 anos da rota Lisboa-Recife, os passageiros frequentes da TAP, membros do programa Victoria, que viajem no dia 19 de abril entre estas duas cidades vão receber o dobro das milhas correspondentes a esta viagem.
Voo inaugural – 19 de abril de 1967
O voo inaugural Lisboa-Recife teve um grande impacto na relação de proximidade entre Portugal e o Brasil, que, desde 1960, vinha já a ser reforçada com o ‘Voo da Amizade’, entre Lisboa e o Rio de Janeiro.
Mais de 50 convidados integraram a primeira lista de passageiros. A comitiva contou com personalidades dos vários setores da atualidade portuguesa, como relatou em detalhe o ‘Diário de Pernambuco’ do dia seguinte: “O primeiro a descer do ‘Santa Cruz’ da TAP foi o Dom Policarpo da Costa Vaz, bispo da Guarda, que foi seguido pelo engenheiro António Vaz Pinto, diretor presidente da companhia lusitana, ministro e senhora Galba Santos, representando o embaixador do Brasil em Portugal, comandante Soares de Melo e senhora Hilda Melo, Sr. e Sra. Amílcar Pinheiro, dirigente da ex-Varig, em Lisboa, ministro e senhora Ary Santos, pároco de Belmonte, Manoel Gonçalves, o governador de Castelo Branco, Simplício B. Magro, e mais quarenta e uma pessoas, entre elas professores, jornalistas e presidentes de Câmaras de províncias portuguesas.”
António Vaz Pinto viria mesmo a ser distinguido com o diploma de Cidadão de Pernambuco e, no dia 22 de abril do mesmo ano, Portugal e o Brasil assinam a lei que estabeleceu o Dia da Comunidade Luso-Brasileira.
A operação exclusiva da TAP em aviões a jato trouxe maior versatilidade e capacidade no transporte de passageiros e carga aérea à companhia portuguesa. O ‘Santa Cruz’ atingia uma velocidade de cruzeiro de 900 km/h, tinha uma capacidade máxima de 150 passageiros e ainda 3,5 toneladas de capacidade para carga, correio e excesso de bagagem.