A TAP Air Portugal duplicou para 80,8 milhões de euros em 2017 o montante subscrito de Obrigações do Tesouro de Angola, indexadas ao risco de câmbio do dólar, atendendo a que um ano antes o montante aplicado era de 39,654 milhões de euros, revela o relatório e contas da empresa aérea portuguesa relativo ao exercício de 2017.
A companhia tem ainda depósitos bancários no valor de 41,6 milhões de euros depositados em instituições bancárias de Angola, denominado neste caso em kwanzas, dólares e euros, com a empresa a deparar-se “actualmente” com “dificuldades de repatriamento de fundos.”
Este valor é superior em cerca de seis milhões de euros ao valor dos depósitos no final de 2016, sendo que em conjunto, entre dívida do Estado angolano e depósitos bancários, o montante atinge 122,4 milhões de euros.
Fonte oficial da TAP limitou-se a dizer ao jornal português ‘Público’ que “a estratégia de investir em títulos do tesouro angolano foi bem-sucedida, já que os mesmos estão vinculados ao dólar, o que permitiu minimizar o impacto da desvalorização do kwanza.”
Em Dezembro de 2017, depois de questionado sobre as verbas retidas em Angola, o então presidente executivo da empresa, Fernando Pinto, já tinha reconhecido um aumento dos valores aplicados em dívida pública angolana.
Em Janeiro último, o presidente do Conselho de Administração da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Alexandre Juniac, anunciou que as companhias aéreas tinham retidos em Angola 540 milhões de dólares norte-americanos devido à incapacidade de obter divisas para proceder à repatriação das receitas, refere uma notícia distribuída pelo portal de notícias económicas no mundo lusófono ‘Macauhub’.