Marco Soares, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), disse que os técnicos de manutenção de aeronaves da SATA “estão no limiar” do cansaço e que isso vai ter implicações “tremendas” na operação de verão.
O sindicalista explicou que este fator “vai ter impacto tremendo em maio”, uma vez que as aeronaves não estarão todas operacionais, mesmo com o recurso ao trabalho extraordinário, tendo salvaguardado que não está prevista qualquer greve, para além da relativa às horas extraordinárias, em curso, mas ”é preciso haver vontade do outro lado” para negociar, segundo notícia divulgada nesta segunda-feira, dia 20 de janeiro, pela agência portuguesa ‘Lusa’.
O SINTAC foi ouvido na Comissão Parlamentar de Economia, na delegação de São Miguel do parlamento dos Açores, por iniciativa do deputado do Paulo Estevão (eleito pelo Partido Popular Monárquico), sobre as consequências da greve realizada entre 21 e 23 de dezembro pelos técnicos de manutenção de aeronaves da SATA Air Açores, pela valorização da carreira e dos salários.
A greve foi convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC).
O sindicalista Marco Soares referiu que um dia antes da paralisação reuniram, a seu pedido, com a secretária regional dos Transportes e Obras Públicas, Ana da Cunha. Nesta reunião o SINTAC disse que aceitaria “todos os pontos” propostos para 2019, mas reivindicou-se uma ratificação do Acordo de Empresa só para os técnicos de manutenção de aeronaves.
Segundo Marco Soares, Ana Cunha afirmou que “iria interceder” junto da administração.
Técnicos têm saído para outras companhias europeias
Por outro lado, o sindicato sentiu-se “profundamente violentado” com uma entrevista da governante à televisão pública, na qual Ana Cunha terá afirmado, segundo o dirigente sindical, que estava em causa um aumento salarial de mil euros, quando, de acordo Marco Soares, em causa estavam aumentos salariais de cinco por cento, ou seja, 70 euros brutos.
O sindicalista disse que “nunca se sentiu por parte do conselho de administração incapacidade de negociar”, apesar de, nessa altura, o seu presidente estar demissionário.
Pedro Castro, do Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA), também ouvido em sede de comissão parlamentar, reafirmou o que disse o seu colega do SINTAC, indicando que “sem horas extraordinárias é impossível realizar as manutenções necessárias” nas aeronaves, uma vez que faltam técnicos de manutenção na SATA, tendo estes vindo a sair para outras operadoras na Europa, devido à sua escassez no mercado, por valores de vencimento muito superiores.