Foram retirados 5.310 objetos metálicos e removidos dois engenhos explosivos não detonados entre os meses de março e de maio, da área do futuro Aeroporto Internacional de Mbanza Kongo, na província do Zaire, localizada no Nkiende II.
De acordo com o chefe de departamento provincial do Zaire do Instituto Nacional de Desminagem (INAD), David Sapalalo, 123 hectares, dos 9.839 previstos para a implantação do projeto, já estão limpos.
Sem avançar prazo para a conclusão dos trabalhos, Sapalalo informou a agência noticiosa ‘Angop’ que a operação de desminagem decorre de forma mecanizada e manual, envolvendo 95 operativos do INAD e da Nona Brigada da Casa Militar da Presidência da República.
Sublinhou que a entrega da zona já limpa à empresa construtora será feita ainda durante o corrente mês de maio, após certificação, de modo a permitir o início da obra, explicando que foi dada prioridade à desminagem da área onde se vai localizar o terminal aéreo de 12.100 metros quadrados.
Segundo o técnico do INAD, pretende-se que o resto desta empreitada decorra, em paralelo, com o arranque dos trabalhos de construção desta infra-estrutura aeroportuária, que terá uma pista de 3.500 metros de extensão e 45 metros de largura, com bermas de 7,5 metros em cada lado.
O lançamento e a consignação da empreitada de conceção, construção, instalação de equipamentos e apetrechamento da futura infraestrutura ocorreram a 3 de dezembro de 2021.
O início formal das obras de construção do novo aeroporto de características internacionais, pela empresa ‘SinoHydro International Limitada’, esteve dependente da limpeza da área, de modo a garantir a segurança dos intervenientes.
O futuro aeroporto de Mbanza Kongo, batizado por “Nimi a Lukeni”, nome de um dos soberanos do antigo Reino do Kongo, está projetado para operações de aterragem e descolagem de aeronaves do tipo Boeing 777-300ER, utilizadas para voos de longo curso.
O empreendimento contará com um terminal de 12 mil e 100 metros quadrados, uma torre de controlo de 35,64 metros de altura, um edifício administrativo, outro de operações, uma estação de combate a incêndios, terminal de carga e instalações auxiliares. Terá capacidade para despacho de 600 passageiros por hora.
Na fase da construção, o projeto vai gerar 500 postos de trabalho diretos, prevendo-se, com a sua conclusão e entrada em funcionamento, em 2023, a geração de 60 postos de empregos diretos.
A obra desta infraestrutura conta com o financiamento do Banco Espanhol ‘Bilbao Vizcaya Argentaria’ com quem o Executivo angolano celebrou um acordo.
A construção do novo aeroporto de Mbanza Kongo, para além de representar a vontade do Executivo Angolano na dinamização do sector dos transportes do país, constitui, também, uma das exigências do Organismo das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Essa recomendação ao Governo angolano ocorreu aquando da inscrição da capital do antigo Reino do Kongo (Mbanza Kongo) na lista do Património Cultural da Humanidade, a 8 de julho de 2017.
O atual aeroporto de Mbanza Kongo, localizado no centro da cidade, deixou de receber, desde há alguns anos, voos comerciais por falta de segurança. Foi construído em 1961 e ampliado em 1967, no tempo da administração colonial portuguesa. Está cercado por construções com milhares de moradores em habitações clandestinas, e a pista de aterragem é atravessada constantemente por moradores das redondezas.
- Foto © Tony Mangueira Fernandes