A companhia aérea cabo-verdiana TICV – Transportes Interilhas de Cabo Verde, detida desde há um mês pela empresa BestFly World Wide, prevê retomar as ligações domésticas já nos próximos dias, com duas aeronaves e a realização de 800 voos em agosto.
Fonte oficial da companhia de bandeira cabo-verdiana, que pertenceu a um grupo espanhol que também detém a Binter Canarias, explicou que o objectivo da empresa é “começar a operar o mais cedo possível em agosto”, coincidindo com a chegada ao arquipélago de uma segunda aeronave ATR72-600, para a operação.
Desde 16 de maio que a TICV não realiza voos domésticos, tendo o Governo cabo-verdiano atribuído uma concessão emergencial de seis meses para serviço de transporte aéreo doméstico à companhia BestFly Angola, que iniciou essa operação no dia seguinte, não havendo descontinuidade nas ligações aéreas entre as ilhas de Cabo Verde.
Com a compra, no início de julho, de 70% do capital social da TICV aos espanhóis da Binter, ficando 30% com o Estado cabo-verdiano, os voos domésticos serão concentrados naquela companhia cabo-verdiana agora integrando o universo do grupo BestFly.
Segundo a mesma fonte, a primeira aeronave ATR72-600 da BestFly Angola, que opera os voos domésticos desde 17 de maio, vai manter-se na operação, e integrar a frota da TICV juntando-se outra idêntica que é esperada nos próximos dias e que será registada pelo grupo em Cabo Verde, embora ambas com a marca gráfica BestFly, enquanto o grupo define uma nova “estratégia comercial” para a TICV.
“Com o segundo avião prevemos pelo menos aumentar a capacidade de realizar voos em cerca de 40% adicionais aos já anunciados 58% a partir de dia 2 de agosto”, explicou a fonte, referindo-se aos 500 voos interilhas realizados pela BestFly, durante o mês de julho.
A previsão na retoma da actividade pela TICV aponta para 800 voos em agosto, para permitir “maior flexibilidade e aumentar a oferta de serviços”, face à procura, num processo de autorização que segundo a mesma fonte já deu entrada na Agência de Aviação Civil de Cabo Verde.
A empresa garante que esta operação representa ainda a concretização do compromisso inicial da BestFly, quando começou a operar os voos domésticos em Cabo Verde, “que está presente e não se vai embora ao fim de uns meses”.
Questionada pela agência de notícias portuguesa ‘Lusa’ sobre o futuro da companhia, que opera em Cabo Verde desde 2014, a mesma fonte garantiu que “a TICV como empresa tem assegurada a sua continuidade” e que a prioridade neste momento é a sua reativação.
Assegurou ainda que a companhia pretende manter “o maior número de postos de trabalho possível” da TICV, mas “sem colocar em causa a continuidade e a sustentabilidade” da companhia, admitindo “reajustes” ao nível do pessoal, incluindo a possibilidade de alguns serem reintegrados no universo BestFly.