Um grupo de trabalhadores da Air France conseguiu penetrar numa barreira de segurança, enganar os vigilantes e invadir a sede da companhia no Aeroporto de Charles de Gaulle, em Paris, onde decorria nesta manhã de segunda-feira, dia 5 de outubro, uma reunião entre a direcção da companhia e representantes dos sindicatos. Sobre a mesa que estava a discussão do denominado ‘Plano B’ para recuperação económica da companhia aérea que prevê a dispensa por acordo mútuo de cerca de 2.900 trabalhadores.
O presidente da Air France, Frédéric Gagey, conseguiu abandonar a sala, fugindo à fúria dos invasores, mas o director de Recursos Humanos, Xavier Broseta, “esteve a ponto de ser linchado”, como reconheceu um delegado do sindicato CGT, que acrescentou que Broseta foi obrigado a saltar uma vedação para escapar aos agressores, que lhe rasgaram a roupa, ficando com o tronco nu (foto de abertura desta matéria). Pierre Plisonnier, director da Air France no Aeroporto de Orly/Paris, também foi agredido e tinha a camisa rasgada, tendo sido assistido numa unidade hospitalar (foto seguinte).
Um porta-voz da Air France disse esta manhã, em Paris, que a companhia lamentava os incidentes, provocados pela invasão liderada por indivíduos exaltados e muito violentos, e anunciou que a companhia irá apresentar às autoridades policiais uma queixa por “violência agravada”.
O plano alternativo que estava hoje a ser negociado surge depois da companhia aérea ter negociado, sem sucesso, com os pilotos. A Air France propunha que os pilotos fizessem mais 100 horas anuais de voo pelo mesmo salário. A intenção agora é reduzir 300 pilotos, 900 assistentes de bordo e 1.700 funcionários de terra. As negociações foram interrompidas face aos incidentes graves registados.
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