Trabalhadores da TAP consideram projeto da BCG uma “declaração de guerra”

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A Comissão de Trabalhadores da TAP Portugal considera que o projeto da consultora ‘Boston Consulting Group’ (BCG) é uma “declaração de guerra aos trabalhadores” e exige ao Governo que tome uma posição que garanta a defesa da companhia aérea.

“Esse estudo levantou naturais preocupações no conjunto dos trabalhadores do grupo TAP, na medida em que aponta para um vasto conjunto de medidas de reestruturação da TAP que implicariam a sua significativa redução e descaracterização, […] além de significar uma literal declaração de guerra aos trabalhadores, tantos os despedimentos, redução de direitos e degradação das condições de trabalho ali previstas”, refere a Comissão de Trabalhadores em comunicado distribuído nesta sexta-feira, dia 23 de setembro, em Lisboa.

A BCG defende que a TAP deve pôr em marcha um “programa ambicioso” para poupar entre 150 a 200 milhões de euros até 2020, tendo identificado vários caminhos para a companhia aérea nacional ser mais competitiva.

Em comunicado, os representas dos trabalhadores realçam que “não é com estudos destes que a TAP crescerá, antes pelo contrário” e que o “estudo não merece qualquer consideração técnica”.

A Comissão de Trabalhadores informa que já contactou o executivo, “exigindo que este tome uma posição que assegure a defesa da TAP e do interesse nacional, solicitando uma reunião urgente que permita clarificar a posição do Governo face ao futuro da TAP e ao conjunto de ameaças descritas no estudo”.

No projeto ‘Transformar a TAP numa companhia aérea mais eficiente’, a BCG considera que os custos da TAP estão numa boa posição quando comparados com as companhias de bandeira, mas precisa de ser mais eficiente para competir com as de baixo custo.

Nesse sentido, aponta “as oportunidades” para reduzir os custos da transportadora, sendo que um terço da poupança – entre 50 e 70 milhões de euros – é alcançado na categoria dos pilotos e tripulantes, com a renegociação de acordos de empresa e o ajustamento do número de assistentes de bordo ao mínimo exigido por voo.

Entretanto, a TAP prometeu discutir com os trabalhadores novas medidas que sejam equacionadas para melhorar a viabilidade da companhia aérea, garantindo que “nenhum caminho” do programa de poupança proposto pela consultora BCG foi ainda aprovado.

Num esclarecimento enviado aos trabalhadores, divulgado na semana anterior pela agência noticiosa Lusa, a administração do grupo aéreo português refere que “outras ideias e projetos, no âmbito do programa de modernização e transformação da TAP, serão amplamente discutidos com os colaboradores e estruturas representativas, para que, em conjunto, se encontrem soluções de melhoria do serviço para os passageiros, contribuindo para a sustentabilidade e viabilidade da empresa”.

 

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