A NAV Portugal, entidade responsável pela gestão de tráfego aéreo no espaço nacional e pela prestação se serviços de controlo aéreo nas torres dos aeroportos comerciais portugueses, geriu 89.700 voos no segundo trimestre deste ano, o equivalente a uma quebra de 60,4% face ao período homólogo. Foram menos 136.600 voos do que no mesmo trimestre do ano passado, período em que a NAV geriu 226.350 voos.
A empresa anunciou em comunicado que o terceiro trimestre foi “muito sustentado na recuperação de tráfego que se fez sentir em julho e agosto” e fica “negativamente marcado pela inflexão na trajetória de recuperação que o tráfego estava a encetar desde abril”.
“Os números do terceiro trimestre trouxeram uma relevante melhoria face ao registado no segundo trimestre de 2020, o período mais ‘castigado’ pelo impacto da pandemia na aviação”, contrapõe o gestor de tráfego aéreo, que explica que, entre abril e junho, a NAV tinha gerido 17.900 movimentos nos céus portugueses, menos 91,4% que no mesmo período de 2019.
“Os números de setembro trazem uma nova realidade para a evolução do tráfego”, o que leva a NAV Portugal a destacar que, depois de abril (quando os voos caíram quase 95%), “os meses que se seguiram foram sempre de melhorias mensais, incluindo julho e agosto”. Em julho foram controlados mais de 25.600 voos, menos 66,7% do que no ano passado, mas três vezes mais do que no mês anterior. Já em agosto, o total cresceu para 34.700 (-55%).
Em setembro, a tendência de crescimento mensal voltou a travar. E tudo devido à “incerteza relativamente à evolução da pandemia e à dificuldade em harmonizar políticas entre Estados em relação ao transporte aéreo”. A NAV diz que estes foram “fatores penalizadores” para a recuperação do tráfego aéreo, tendo gerido apenas 24.900 voos no nono mês do ano, 59% abaixo do ano passado e menos do que o total de agosto.
“A inflexão da tendência de recuperação em setembro não se fez apenas sentir nos céus sob responsabilidade portuguesa, tendo mesmo sido uma constante na evolução do tráfego em toda a rede Eurocontrol, o que levou a revisões em baixa das perspetivas para os próximos meses”, afirma a NAV, justificando que “o recente agravamento do total de casos e a eventual imposição ou reimposição de medidas de contenção por parte dos Estados continuarão a penalizar o tráfego aéreo, além de outras atividades sociais e económicas”.