O Conselho de Administração do grupo aéreo Air France-KLM vai discutir hoje, em Paris, um projecto de reestruturação que prevê a fusão de toda a operação que decorre sob a marca Transavia, que actualmente está distribuída por duas companhias independentes: a Transavia France e a Transavia Hollande.
A notícia foi adiantada na webpage do jornal francês ‘La Tribune’ dedicado a questões económicas, que na sua edição de quinta-feira, dia 4 de Setembro, antecipa o plano que vai ser discutido hoje pelos responsáveis da Air France-KLM.
Segundo o jornal francês a fusão das duas marcas Transavia irá potenciar a criação de uma companhia de baixo custo pan-europeia que pretende enfrentar a forte concorrência das duas principais companhias que estão no mercado e marcar terreno face ao crescimento de outras que despontam e que podem no futuro constituir sérias ameaças à manutenção da Transavia, como marca relevante no segmento de viagens mais económicas.
A grande novidade para Portugal é de que os aeroportos de Lisboa e do Porto, figuram na ‘short list’ das primeiras bases que serão criadas pela nova Transavia já no início do Verão IATA de 2015. Juntam-se a Madrid e Bruxelas e ainda a um aeroporto alemão não identificado pelo jornal. O ‘NewsAvia’ está em posição de adiantar que continuam negociações em Portugal com outro aeroporto nacional que poderá ser a terceira base da Transavia em território lusitano e que, eventualmente, poderá estar no lote das primeiras 15 que serão activadas no próximo Verão em todo o continente europeu. A previsão que consta no estudo é que a companhia terá cerca de uma centena de aviões ao seu serviço na dezena e meia de bases operacionais. Os voos terão duas componentes essenciais de tráfego: o transporte interregional (individuais, visita a familiares e de negócios) e o turismo.
Outra decisão que poderá ser tomada hoje em Paris é a da passagem de todo o tráfego regional da Air France para a nova subsidiária ‘Hop!’ que já trabalha em diversas ligações internas em França e para aeroportos de países fronteiriços e que está a crescer com uma frota talhada para voos de entre 30 minutos a três horas.
O plano estratégico da Air France-KLM denominado ‘Perform 2020’ deve ser aprovado nas sua linhas gerais e na forma como já está organizado, segundo a imprensa francesa. Contudo, existe uma enorme pressão da parte do principal sindicato dos pilotos da Air France que tem exigido que a companhia nivele os salários dos pilotos das companhias subsidiárias do grupo pelos da companhia-mãe. Neste aspecto a administração tem mantido uma posição inflexível: “a Air France-KLM não irá importar os excessivos custos que hoje tem nas companhias principais onde o modelo de negócio está em causa”. Os pilotos ameaçam com uma greve entre 15 e 22 de Setembro. A Air France volta a desafiar e diz que um dos méritos das bases operacionais em diversos países é poder contratar pessoal dessas regiões, criando emprego e ligações mais afectivas com as populações que o grupo pretende servir.