A TAP considerou que houve um “avanço construtivo” nas negociações com o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e este fala em melhorias, mas remete pormenores para a assembleia geral desta segunda-feira, convocada para apreciar uma nova contraproposta da companhia aérea portuguesa a dois dias do início de uma greve.
Num comunicado interno enviado à agência de notícias ‘Lusa’, a Comissão Executiva da TAP congratula-se “com o avanço construtivo e muito significativo nas conversas tidas com o SNPVAC nas últimas 24 horas”.
Contactado pela mesma agência, o presidente do SNPVAC, Ricardo Penarróias, disse que a proposta apresentada pela TAP “teve melhorias”, mas escusou-se a adiantar mais pormenores, remetendo para a assembleia geral de trabalhadores que está marcada para esta segunda-feira, dia 23 de janeiro, às 11h30, em Lisboa. “Os trabalhadores são soberanos para decidir se mantêm a convocação da greve ou se a desconvocam“, disse.
Do lado da transportadora aérea, a Comissão Executiva tem a expectativa de que a última negociação seja um “derradeiro esforço” para evitar a greve, convocada para o período entre 25 e 31 de janeiro.
Os tripulantes, reunidos em assembleia-geral na quinta-feira, rejeitaram, pela segunda vez, uma proposta da TAP, que ia ao encontro de 12 das 14 reivindicações do SNPVAC, na tentativa de evitar uma nova greve. A TAP, por seu lado, anunciou na quinta-feira que a greve dos tripulantes levará ao cancelamento de 1.316 voos e gerará um impacto direto de 48 milhões de euros.
A TAP tem estado em negociações com os sindicatos, para novos acordos de empresa, enquanto está a ser alvo de um plano de reestruturação que implica cortes salariais.
Recorde-se que este sindicato realizou uma greve de tripulantes da TAP nos dias 8 e 9 de dezembro, que levou a companhia aérea a cancelar previamente 360 voos e teve um impacto estimado total de oito milhões de euros.
Na terça-feira passada, a presidente executiva da companhia aérea disse, numa mensagem aos colaboradores, que a TAP ia investir 48 milhões de euros em remunerações aos trabalhadores, “para alívio dos cortes salariais”, tendo registado, no ano passado, uma “das maiores receitas da sua história”.
O presidente do sindicato dos tripulantes disse à Lusa que o sentimento de insatisfação dos trabalhadores “é gigante”, mas mantém a porta aberta ao diálogo com a empresa.