Os tripulantes de cabina da Azores Airlines, companhia do Grupo SATA para os voos nacionais e internacionais, vão estar em greve nos dias 1 e 2 de maio, assegurando apenas três voos de serviços mínimos, anunciou o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
Num anúncio publicado nesta quarta-feira, dia 12 de abril, na imprensa, o sindicato explica que a paralisação abrange “todos os voos da Azores Airlines/SATA Internacional cujas horas de apresentação e/ou etapa/setor ocorram em território nacional entre as 00h00 e as 23h59 desses dias”.
O incumprimento de vários pontos do clausulado do acordo de empresa, assim como de alguns protocolos assinados, são os motivos apontados para a greve pelo sindicato.
Em declarações à agência Lusa, Bruno Fialho, do SNPVAC, deu como exemplo de situações não cumpridas pela empresa o tempo de antecedência com que o trabalhador tem de ser avisado quando é convocado para um determinado serviço ou quando é retirado de um serviço para o qual estava nomeado e a difícil leitura dos recibos de vencimento.
“Posso dizer-lhe que nenhum trabalhador consegue perceber o seu recibo de vencimento. Não são de fácil leitura”, afirmou, dizendo que estes são apenas dois exemplos, havendo outras 25 situações que do ponto de vista do sindicato justificam a greve.
A paralisação abrange igualmente “os demais serviços, como sejam a assistência, reserva, ou qualquer tarefa no solo, ou seja, qualquer tarefa ordenada pela empresa, nomeadamente instrução ou outro serviço em que o tripulante preste atividade, inspeções médicas no âmbito da Medicina do Trabalho, situações de deslocação como ‘dead crew’ ou através de meios de superfície”.
A greve decretada para os dias 1 e 2 de maio inclui também os “refrescamentos ou quaisquer outras ações de formação no solo, deslocações às instalações na empresa, desde que expressamente ordenadas por esta, com o objetivo do desempenho de atividade integrada na esfera das obrigações laborais”.
No pré-aviso de greve, o SNPVAC diz que no seu entendimento o conceito de necessidades impreteríveis apenas se confina às regiões autónomas dos Açores e da Madeira “por razões de coesão nacional e isolamento das populações para quem é essencial este meio de transporte”, não se estendendo por isso a voos para o estrangeiro.
O sindicato acrescenta que estão asseguradas as ligações entre Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, e a Terceira, na ilha do mesmo nome, e o continente através de outras operadoras, designadamente a TAP Portugal, a EasyJet e a Ryanair.
Como serviços mínimos ficam assegurados os voos Lisboa-Pico-Lisboa, às 07h00 UTC (08h00 em Lisboa), e Lisboa-Horta-Lisboa, às 14h00 UTC (15h00 em Lisboa), no dia 1 de maio; e o voo Lisboa-Horta-Lisboa, às 14h00 UTC (15h00 em Lisboa), no dia 2 de maio.