Os tripulantes de cabina da companhia de baixo custo irlandesa Ryanair começaram esta quarta-feira, dia 21 de agosto, uma greve de cinco dias, até domingo, dia 25, convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e que conta com serviços mínimos decretados pelo Governo.
Na terça-feira, a Ryanair referiu que não esperava “perturbações significativas” por causa da greve, mas salientou que não podia “descartar alguns atrasos” ou mudanças nos voos.
“Faremos tudo o que pudermos para minimizar as perturbações causadas aos nosso clientes e às suas famílias”, garantiu a transportadora irlandesa, em resposta à agência de notícias portuguesa ‘Lusa’.
“Os passageiros que não receberam um ‘email’ ou uma mensagem podem esperar que os seus voos para e de Portugal se realizem normalmente esta semana”, assegurou a empresa.
Num comunicado do dia 1 de agosto, o SNPVAC adiantou que o pré-aviso de greve abrange todos os voos da Ryanair cujas horas de apresentação ocorram entre as 00h00 e as 23h59 dos dias previstos para a paralisação (tendo por referência as horas locais) e os serviços de assistência ou qualquer outra tarefa no solo.
Entretanto, tendo em conta que não houve acordo entre a Ryanair e o sindicato, o Governo Português decretou serviços mínimos a cumprir durante a paralisação, que abrangem não só os Açores, mas também as cidades europeias de Berlim, Colónia, Londres e Paris.
Assim, os serviços mínimos incluem um voo diário de ida e volta entre Lisboa e Paris; entre Lisboa e Berlim; entre Porto e Colónia; entre Lisboa e Londres; entre Lisboa e Ponta Delgada, bem como uma ligação de ida e volta entre Lisboa e a ilha Terceira (Lajes), nesta quarta-feira, na sexta-feira e no domingo.
O SNPVAC criticou esta decisão e “repudiou veementemente” os serviços mínimos e a fundamentação do Governo para os impor.
Em comunicado, o sindicato disse que “repudia veementemente mais uma tentativa do Governo em aniquilar o direito à greve dos portugueses e, em particular, dos tripulantes da Ryanair”, garantindo que não aceita “que se defenda os interesses económicos de uma empresa privada e estrangeira em detrimento dos direitos de trabalhadores portugueses”.
Na base deste pré-aviso de greve está, segundo referiu o SNPVAC no comunicado de 1 de agosto, o facto de a Ryanair continuar a “incumprir com as regras impostas pela legislação portuguesa, nomeadamente no que respeita ao pagamento dos subsídios de férias e de Natal, ao número de dias de férias e à integração no quadro de pessoal dos tripulantes de cabine contratados através das agências Crewlink e Workforce”.
No dia 9 de agosto, o sindicato denunciou que a companhia aérea tinha enviado aos tripulantes um questionário ‘online’ com o objetivo de saber se vão participar na paralisação.
Em informação enviada à ‘Lusa’, a estrutura sindical mostrou imagens do inquérito, que pede aos tripulantes que assinalem os dias em que planeiam aderir à paralisação e refere que, caso não haja resposta, presumem que farão greve.