Tripulantes de cabina da TAAG em marcha de protesto contra a “má gestão” da empresa

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O Sindicato Provincial do Pessoal Navegante de Cabina (SINPROPNC), da transportadora aérea angolana TAAG vai realizar no sábado, dia 25 de fevereiro, uma marcha de protesto contra a “má gestão” da empresa.

A secretária executiva do sindicato, Ondina Costa, disse à agência portuguesa de notícias ‘Lusa’ que a concentração vai ter início às 09h30 no Aeroporto Internacional 4 de fevereiro, partindo deste local em direção à Avenida Ho Chi Min, Largo das Heroínas, Sagrada Família, até terminar na rua da Missão, junto à sede da TAAG – Linhas Aéreas de Angola.

A intenção foi comunicada ao Governo Provincial de Luanda (GPL) na passada sexta-feira, dia 17 de fevereiro, sem receber qualquer resposta até à data, acrescentou.

No documento enviado ao GPL, o SINPROPNC explica que a “manifestação pacífica” visa apelar à administração da TAAG que resolva os diferendos, nomeadamente não pagamento do subsídio de Inverno e das ajudas de custo; incumprimento do acordo coletivo; tomada de decisões arbitrárias.

A adesão à marcha não vai prejudicar os voos, pois “não se trata de uma greve”, esclareceu ainda a líder sindical, estimando uma adesão em torno das 250 pessoas.

Em meados de fevereiro, num comunicado dirigidos aos seus associados, o SINPROPNC admitia já a possibilidade de avançar para o protesto que terá como palavras de ordem: “devolvam a nossa TAAG”, “abaixo a má gestão” e “fora a HiFly”.

E apontava vários problemas, sublinhando que as reivindicações apresentadas à administração da companhia, atualmente encabeçada pelo presidente executivo, o espanhol Eduardo Soria, não foram resolvidas.

“A verdade é que as coisas continuam de mal a pior”, lê-se no documento.

Em causa está o pagamento de ajudas de custo, discriminações a nível de pagamentos, gestão dos cartões e o contrato de aluguer com a HiFly.

“Não nos podemos esquecer: a TAAG é nossa, é uma empresa angolana e deve servir Angola e os angolanos, e não empresas estrangeiras como está a acontecer com a HiFly (que fruto do acordo com a TAAG não para de recrutar tripulantes) e a FLY.AO, que contratou uma companhia vinda da Mongólia e que foi subcontratada pela TAAG, quando temos aviões e tripulações locais”, contesta o sindicato.

No ano passado, aTAAG contratou à portuguesa HiFly uma aeronave Airbus A330 para a ligação Luanda-Lisboa-Luanda, em regime de ACMI, um tipo de contrato que garante, além do avião, a disponibilização da tripulação completa, manutenção e seguro do aparelho.

“Esta decisão coincide justamente com o trabalho de manutenção que está a decorrer e que a TAAG está a realizar em parte da sua frota internacional, respetivamente o modelo Boeing 777-300ER”, segundo uma nota divulgada na altura pela companhia.

A TAAG concluiu, no final do ano passado, acordos com todos os sindicatos – Sindicato Provincial do Pessoal Navegante de Cabina (SINPROPNC), Sindicato dos Pilotos de Linha Aérea (SPLA) e Bureau Sindical – dos quais constam a fase de operacionalização e implementação das componentes remuneratórias aplicáveis, que não foram divulgadas.

Segundo a companhia aérea, as negociações que surgiram após um período de greve realizada no passado mês de outubro de 2022, foram caracterizadas pelo diálogo e concertação, tendo as partes assumido o compromisso de manter encontros regulares e de participação conjunta em equipas de trabalho para soluções a longo prazo, como o processo de reforma em curso na transportadora que está em fase de privatização.

 

  • Foto de abertura © Tony Mangueira Fernandes

 

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