A Turkish Airlines, única companhia europeia que voa, presentemente, para a Venezuela, anunciou nesta semana uma promoção de tarifas para três cidades da Europa, as quais são as mais procuradas pelos passageiros que pretendem sair de Caracas em direção ao Velho Continente.
Lisboa, Madrid e Roma, são as capitais dos três países que, nos últimos 70 anos mais imigrantes enviaram para a Venezuela, e que são responsáveis, em grande parte pelo desenvolvimento e progresso que se verificou neste país latino-americano nos últimos decénios, antes da chegada do Chavismo. Os portugueses, nomeadamente, têm nas suas mãos as cadeias de abastecimento alimentar e de produtos de primeira necessidade, entre muitos outros negócios e atividades que se mantiveram ao longo do pior período de convulsões sócio-políticas. De uma maneira geral o sector empresarial, público e privado, reanimou-se nos últimos meses, muito à custa da dolarização do País, já que noutros aspectos em que muitos se queixavam, a situação pouco melhorou.
As companhias aéreas portuguesas e italianas continuam proibidas de aterrar nos aeroportos venezuelanos. Para as espanholas houve uma reabertura (LINK notícia relacionada) e espera-se que, dentro de poucas semanas, passe a haver voos regulares da Iberia, Air Europa e Plus Ultra, além da Venezuela Conviasa entre Caracas e Madrid. Não se conhece ainda o número de voos autorizados, mas entre as quatro empresas pensa-se que não deverão ultrapassar uma dezena por semana, quando antes da crise que envolve a Venezuela desde 2007 – não só devido à pandemia de covid-19 – existiam cerca de 25 voos semanais entre a Venezuela e Espanha.
Os voos da Turkish Airlines são ‘incómodos’, não porque os aviões não sejam confortáveis – isso não está em questão –, mas, sim, devido à duração dos voos a que os europeus residentes na Venezuela e seus descendentes têm de sujeitar-se, quando visitam a sua terra natal. Entre Caracas e Istambul são cerca de 12 horas em voo direto, mais quatro horas até Lisboa ou Porto, no caso dos viajantes que se dirigem a Portugal. Além do ‘incómodo’ dos custos. Contudo, muitos passageiros têm optado pela viagem via Istambul, dado, mesmo assim, ser a hipótese mais barata. Outras alternativas são através da República Dominicana, fazendo o voo com a TAP desde Lisboa, e mudando de companhia em Punta Cana, ou via Panamá e Cuba, com outras companhias internacionais, mas também com custos muito superiores aos de um presumível voo direto.
Atenta às questões de custos, a Turkish Airlines lançou neste semana uma campanha de promoção de tarifas mais económicas com partidas de Caracas para as cidades de Lisboa (699 dólares/619 euros), Madrid (749 dólares/672 euros) e Roma (799 dólares/717 euros), com preços bem mais baratos. A companhia turca não indicou por quanto tempo a campanha estará em vigor.
Face à próxima concorrência das companhias espanholas, verifica-se uma tomada de posição da Turkish que não quer deixar fugir o mercado da emigração para Portugal, Espanha e Itália. A companhia turca voa diariamente para a Venezuela com aviões Boeing 787-9, com capacidade para 300 passageiros, em duas classes. Duas vezes por semana o voo faz uma escala em Havana (República de Cuba) antes de aterrar em Caracas.