Um ultraleve com genes de competição !

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Este modelo húngaro-chinês era uma das revelações mais aguardadas da feira, em Friedrichschafen, no segmento dos ultraleves.

Tudo começou em 2014 com o sucesso do Corvus Corone Mk 1, um avião ultraleve, de asa baixa semi-monocoque, que era muito apreciado por ter um espaço interior generoso, por ser leve e fiável. Alguns luxos, se os havia, apenas se notavam nessa altura nos aviões certificados. Era construído totalmente em fibra de kevlar e carbono muito resistente, por isso aguentava grandes torções.

Apresentava-se mais leve que o alumínio e possuía um motor Jabiru com potências a rondar os 80 a 120 cavalos, dependendo da versão.

Na altura cinco entusiastas eram suficientes para o fazer voar. O sonho de construir um ultraleve de referência, com linhas inovadoras e fiabilidade, nascia na cidade húngara de Ballószog.

O cérebro da Corvus foi o seu primeiro director-geral, Tamás Gecse e o seu engenheiro-chefe, Andras Voloscsuk , uma dupla que em 2006 já se tinha apresentado ao mundo na famosa feira EAA – Air Venture Airshow, em Oshkosh, nos Estados Unidos da América.

Em 2007 lançaram novo modelo desenhado e construído na Hungria. O Corvus Phantom é uma versão melhorada do Corone, mais musculada e que já permite brincadeiras sérias entre os +4/– 2 G’s. Este modelo foi rebaptizado de Falcon LS nos Estados Unidos. Na Alemanha recebeu o nome de Wild Angel e no Reino Unido de Crusader.

O piloto que começou as corridas da Red Bull Race, o lendário Peter Besenyei, ficou impressionado com a agilidade deste ultraleve e pediu à Corus que desenhasse um avião certificado de corrida para que ele pudesse pilotar nas corridas Red Bull.

Este desafio serviu para a Corvus bater o seu primeiro recorde. O desenho, construção e certificação pela FAA do CorvusRacer 540 foi feito no tempo recorde de oito meses!

Corvus-RAcer

A estreia do ‘Racer’ aconteceu na Red Bull Air Race de Windsor, na província do Ontário, no Canadá, onde Peter Besenyei finalizou na 10ª posição. Na sua primeira versão o ‘Racer’ cruzava os céus alimentado por um impressionante Lycoming AEIO-540 de 6 cilindros, arrefecido a ar, de pistões opostos horizontais, que desenvolvia 325 cavalos ou 242 KiloNewtons, numa simbiose que permitia aguentar forças gravitacionais de +12/-12 G’s.

 Foi esta experiência adquirida nas corridas que permitiram muscular o irmão mais fraco, nascendo assim o Corvus Racer 312, um modelo que se tornou imediatamente popular.

Sem capacidade para construir este Racer, a pequena fábrica artesanal na Hungria, voltou-se para o único caminho possível: encontrar uma capacidade produtiva maior, com a mesma qualidade e com custos mais baixos.

A produção do modelo foi deslocada para a China e em Setembro de 2012 os aviões começaram a ser montados na cidade de Suzhou, em instalações fabris de topo, com 15.000 m2. Foi aqui que a Corvus começou a melhorar os seus sistemas de fabrico, integrando melhores materiais compósitos. A entrada de um parceiro chinês acabou por constituir a solução há muito procurada e a razão da deslocalização do sistema produtivo.

Felicity Song, vice-presidente sénior da Corvus China, avançou à reportagem da ‘Newsavia’, que existem já 40 Corvus Racers prontos para entrega, e que aguardam neste preciso momento a certificação das autoridades chinesas de ultraleves, a LSA, e da Alemanha, a DLV, o que deverá verificar-se ainda no decorrer do primeiro semestre deste ano.

Como a autoridade máxima de aviação da China, a CAC, tem um acordo bilateral com a IASA que permite que os aviões certificados de acordo com as suas regras sejam passíveis de serem certificados ao mesmo tempo na IASA, Song está confiante que este ano atenderá aos muitos clientes europeus que já fizerem a sua pré-encomenda deste verdadeiro titã dos ultraleves.

Corvus-312

Por cerca de 140 mil euros proporcionarão aos seus proprietários agradáveis passeios de fim-de-semana ou, se preferirem, abusar da manche e da potência podem descobrir o lobo, que se encontra escondido debaixo de um design fluido e simpático, com capacidade de “correr” até acelerações de +6/-3, alimentado por um Rotax de 100 cavalos.

Se preferir o passeio, a solo ou com o amigo(a), pode contar com um belo ‘cross-country’ de 800 km de alcance a uma velocidade de cruzeiro de 240 nós!

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