Pia Bergqvist, editora sénior da revista “Flying”, foi uma das poucas jornalistas convidadas para experimentar o novo avião anfíbio Icon A5, no lago Berryessa, em Napa Valley, na Califórnia. À chegada, o fundador e CEO da Icon, Kirk Hawkins, deu um briefing completo sobre a história e o design do avião.
O A5 é um Light Sport Aircraft (LSA) anfíbio em grande parte construído em compósitos de fibra de carbono e dotado de um motor Rotax 912iS de 100 cv montado na parte traseira da fuselagem. Com as suas asas dobráveis, pode ser transportável, evitando aos seus proprietários os custos crescentes de hangaragem.
“A meu ver, o A5 é um dos ultraleves mais ‘sexys’ do mercado. A Icon também tem feito um belíssimo trabalho na promoção do avião por meio de vídeos empolgantes e uma campanha sem descanso nas redes sociais que produziu mais de um milhão e 200 mil ‘likes’ no Facebook.
Embora subscreva a famosa frase de Marcel Dassault, de que um avião bonito voa bem, confesso que não estava assim tão segura relativamente ao Icon”, afirma. Outra razão para pôr em dúvida as características de voo do A5 é que foram necessários vários anos, entre o anúncio do desenvolvimento deste LSA anfíbio até ao dia em que o primeiro modelo de produção obteve o seu certificado de aeronavegabilidade. Quando o Icon foi concebido, o objectivo não era tanto o mercado da aviação, mas o segmento multimilionário do recreio e do desporto ‘outdoor’. Este avião não foi feito para transporte, nem em função da velocidade, autonomia e payload. Foi desenhado especificamente para ser o último brinquedo voador – um aparelho aquático com asas”, diz a jornalista.
No seu primeiro voo, Pia Bergqvist foi acompanhada pelo director de formação de voo, Jeremy Brunn, que “pegou nos comandos para demonstrar o passo de táxi e, rapidamente, o avião transitou da flutuação para um planar suave. Subitamente, estávamos no ar e Brunn passou-me os comandos. Senti conforto ao segurar o manche com a mão esquerda e podia repousar o meu braço direito na consola central para movimentar a manete da potência para a frente e para trás. O funcionamento do motor é optimizado electronicamente.” Após efectuar algumas voltas para se familiarizar com o aparelho, rumou ao aeroporto de Angwin, para experimentar uma aterragem com o trem retráctil, descolando de seguida de volta ao lago e testando a capacidade de planeio do avião, com um rácio de 9:1. “Embora não estivéssemos a mais de 3000 pés (914 metros) de altitude, parecia que o A5 iria planar até à água, ainda a uma distância de 7 milhas náuticas (12,9 quilómetros)”, observa a jornalista.
Vale a pena comprar um Icon A5?
Realizado o ensaio e comprovada a performance do avião, levanta-se a questão: será que os clientes que depositaram 2000 (1756 euros) ou 5000 dólares (4390 euros), na expectativa de pagar 140.000 dólares (122.936 euros), em 2008, pelo avião estão disponíveis para comprar os primeiros 100 aparelhos por 247.000 dólares (216.895 euros)? A jornalista da revista “Flying” acredita que sim, “porque o A5 é sem sombra de dúvidas tão confiável e cool quanto Hawkins almejava”.