O Grupo TAP teve em 2013 um aumento do volume de negócios em cerca de 2%, proporcionado pelo crescimento das vendas de transporte aéreo em 4%, “principalmente devido à evolução positiva verificada nas rotas do Atlântico Sul (+6,7%), as quais já são responsáveis por cerca de 35%, o que significa que este mercado apresenta no Grupo TAP um peso relativo praticamente igual ao mercado europeu”, lê-se no relatório da Parpública, holding do Estado Português que congrega e consolida as participações em empresas públicas.
O documento regista, aliás, que “se os rendimentos resultantes de vendas de passagens no mercado brasileiro representam próximo de um quarto do total, já em termos de actividade de transporte aéreo, medida pelo volume de passageiros/quilómetros/transportados (“PKUs” [RPK em inglês]), o Brasil representa 40% do total. Por consequência, o montante de rendimentos gerados nas rotas entre Brasil e Europa têm um peso muito significativo no total de rendimentos do Grupo, sejam eles gerados no mercado brasileiro, no mercado português ou em qualquer outro mercado europeu que utilize os hubs da TAP”.
A holding assinala ainda que embora em 2013 as vendas no Brasil subiram acima de 5% apesar de “uma quase estabilidade no volume de passageiros e passageiros/quilómetros nas rotas brasileiras”. Relativamente à Europa, a holding diz que, “com excepção de Portugal, verificou-se um crescimento significativo de rendimentos na generalidade dos países, sendo de realçar o papel do mercado alemão, a que não será alheio o papel da Star Alliance e a forte utilização da placa giratória de Frankfurt”.
“Outros mercados como França, Itália, Reino Unido e Suíça apresentam também uma boa dinâmica a despeito do contexto de estagnação económica da economia europeia”, acrescenta, concluindo que “Em termos gerais, a Europa – ao invés de Portugal – tem crescido em vendas, em volume de actividade, em número de passageiros e em passageiros/quilómetros”.
A holding assinala ainda que “a cobertura geográfica do Grupo TAP tem-se alargado consistentemente com mais rotas, mais frequências e novos mercados, em países que denotam dinamismo, como a Rússia ou a Roménia”, indicando de seguida que “no seu conjunto, a Europa representa cerca de 38%, quer dos rendimentos (Europa, sem Portugal) quer do total de passageiros/quilómetros (entre a Europa e Portugal) e cerca de 60% dos passageiros totais do Grupo”.
África, que representa 7% dos passageiros e 11% da actividade, teve “uma performance dinâmica” em 2013, apesar de Angola, que representa mais de metade das vendas e da actividade, ter contrariado a tendência em termos de oferta e passageiros, “embora tenha subido significativamente em vendas”.
Quanto aos mercados americanos, a holding assinala apenas que a Venezuela “cresceu significativamente em vendas”.
Globalmente, as vendas de passagens cresceram 5%, por “uma conjugação equilibrada de aumento de taxa de ocupação com uma melhoria expressiva do ‘yield’ e da tarifa média”, diz a holding, que indica que quanto ao transporte de carga tem havido “alguma retracção nos últimos três anos”.
Mas o que a holding considera que mais penalizou a evolução das vendas do Grupo TAP em 2013 foi a manutenção, com uma “redução superior a 20%”.
Essa quebra, diz, verificou-se “exclusivamente na actividade em Portugal, que facturou menos 40 milhões de euros (-35%) face ao ano anterior”, por “questões conjunturais”, mas, também, “a alterações das regras do mercado promovidas pelos fabricantes com o objectivo de reforçar a sua posição, das quais decorrem limitações e dificuldades acrescidas para as restantes organizações prestadoras de serviços de manutenção”.
Em contrapartida, acrescenta, a actividade [de manutenção] no Brasil apresentou “uma ligeira melhoria”, atingindo 72,5 milhões de euros, “praticamente igual ao registado em Portugal (74,2 milhões)”.“A par deste aumento da actividade, e reflectindo certamente o efeito do programa de reestruturação que vem sendo implementado nos últimos anos, o resultado alcançado pela TAP ME Brasil apresentou uma melhoria expressiva relativamente ao prejuízo apurado em 2012 (50,4 milhões de euros), embora se mantenham em níveis fortemente negativos (- 41 milhões)”.
A holding assinala que face à evolução em baixa da manutenção, o segundo maior negócio do grupo em valor de vendas “passou a ser a gestão das lojas francas, onde é gerado 6% do volume de negócios”.
A Parpública conclui do balanço de 2013 que, “apesar dos esforços feitos nos anos anteriores, dada a situação financeira do Grupo, e também atendendo à forte concorrência que caracteriza o sector, mantém-se a necessidade de aprofundar e desenvolver todas as acções de racionalização que possam contribuir para uma maior eficácia das operações e rentabilidade do negócio”, especificando que espera que a TAP ME Brasil concretize “as perspectivas positivas quanto à melhoria do desempenho de modo a alcançar-se um novo patamar de rentabilidade que permita a recuperação dos investimentos efectuados”.
- Trabalho publicado hoje pela agência de notícias de turismo e viagens ‘PressTUR’