Os voos entre aeroportos da República de Angola e da República de Cabo Verde só deverão ser retomados durante o primeiro trimestre de 2019, ao contrário do que tinha sido inicialmente anunciado pelo governo angolano, anuncia o jornal ‘Económico’.
Quem indicou a nova data foi Rui Carreira, presidente da Comissão Executiva da TAAG, em declarações aos jornalistas na Cidade da Praia, após a assinatura do memorando de entendimento com a Cabo Verde Airlines, no final da visita de 24 horas do ministro dos Transportes de Angola, Ricardo Viegas D’ Abreu, a Cabo Verde, terminada na sexta-feira passada (LINK notícia relacionada).
O acordo assinado entre a transportadora aérea angolana e a Cabo Verde Airlines estabelece as condições para o relançamento da ligação aérea regular entre Cabo Verde e Angola. Prevê ainda que seja aproveitada o hub na Ilha do Sal para assegurar a conectividade para outros destinos além Cabo Verde, como Europa, Estados Unidos, Brasil (nordeste) e Senegal, e também para outros destinos entre os quais Brazzaville, Kinshasa, Lusaca, Harare, Maputo, Joanesburgo, Cidade do Cabo, Windhoek ou São Tomé, bem como para voos domésticos em Angola.
Ao contrário do ministro dos Transportes de Angola, Ricardo Viegas D’ Abreu, que anunciou antes da reunião que os voos poderiam ser retomados ainda neste ano, o presidente da Comissão Executiva da TAAG entende que a operacionalização dos voos não deverá acontecer antes do primeiro trimestre de 2019. “Para nós o melhor momento será o primeiro trimestre de 2019, partindo do princípio que o trabalho de casa comece a ser feito a partir de agora, disse Rui Carreira.
Os representantes das duas companhias defendem que, ao contrário do que acontecia antes com a ligação entre as duas capitais (Luanda e Praia), a partir de agora a aposta será em voos com rentabilidade comerciais, aproveitando as potencialidades do mercado aéreo existentes entre os dois países.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Cabo Verde Airlines, José Luís Sá Nogueira, serão constituídas equipas entre as partes para materializar o que está firmado no acordo que “não se trata de materializar um desejo de natureza política, mas sustentado na base de negócio”, adianta o ‘Económico’ que tem edições em Portugal e em Cabo Verde.
Quanto ao número de ligações, o presidente da comissão executiva da TAAG entende que “ do ponto de vista comercial menos de três frequências semanais não serão atrativos para os passageiros e nem para a companhia.” Para Rui Carreira, tendo em conta a concorrência que existe, será preciso ainda fazer estudos de mercados antes da programação dos voos.
A materialização dos voos entre os dois países será concluída com a celebração de um Acordo de Partilha de Códigos (Code-Share), que, segundo o porta-voz da TAAG, poderá ser feita em várias modalidades, ou com aparelhos da Cabo Verde Airlines ou da TAAG, dependendo da disponibilidade das duas companhias.
O fim da visita do ministro dos Transportes de Angola a Cabo Verde ficou ainda marcado pela assinatura de mais um acordo no setor da aviação aérea entre Agência de Aeronáutica Civil de Cabo Verde (AAC) e o Instituto Nacional de Aviação Civil de Angola (INAVIC) e um terceiro entre os Ministérios do Turismo e Transportes dos dois países.
- Foto © Cleidir Almeida