Esta semana tem sido feita de avanços e recuos para a Airbus no Dubai Air Show (DAS). Os problemas começaram logo no primeiro dia com uma conferência de imprensa muito atípica.
O dia 1 do DAS começou com uma conferência de imprensa da Emirates, programada há semanas onde se anunciou a renovação de interiores de toda a frota B777 e os novos indicadores económicos da companhia que colocam a Emirates em recuperação depois de dois anos difíceis. Ver aqui a notícia =>>>>>
Seguiu-se o convite direto, sem marcação prévia para uma nova conferência de imprensa que deveria iniciar-se pelas 12h00. Tratava-se de novo anúncio da Emirates, algo não programado.
Com centenas de jornalistas na sala percebemos uma grande movimentação de elementos das relações públicas, comerciais e gestores da Airbus na sala. Tudo apontava para a nova encomenda do Airbus A380, que no Médio Oriente é apelidado de ‘Palácio dos Céus’, pela sua grandeza.
Trinta minutos depois da hora prevista uma representante da Emirates pediu desculpa e anunciou um atraso. De imediato começaram as trocas de impressões entre jornalistas, com fontes muito próximas que apostavam tudo na apresentação de uma nova encomenda de aeronaves Airbus A380.
Eram cerca das 14 horas, quase duas depois da hora prevista, quando um assessor do Sheik Ahmed Bin Saeed, presidente da Autoridade de Aviação Civil do Dubai, presidente dos Aeroportos do Dubai e presidente e CEO da Emirates, entrou na sala ainda cheia de jornalistas, com um modelo de avião coberto com um pano branco. Colocou-o na mesa e retirou o pano. De imediato ouviram-se manifestações de espanto. Um Dreamliner?!… Ver notícia aqui =>>>>
Desde este episódio, a Airbus tem vindo a cancelar todas as apresentações programadas aos media, sempre em cima da hora, o que levanta a suspeita que algo está a ser trabalhado mas que não se resolve.
Esta madrugada recebemos um novo convite para um importante anúncio da Airbus, exclusivamente para os media, no seu chalet junto à pista as 11h00 locais (UAE).
Várias fontes ligadas à companhia do Golfo Pérsico avançam que uma nova encomenda de 40 aeronaves A380 está a ser discutida. Algo que permitiria prolongar a vida de produção deste modelo.
O problema maior reside na intransigência da Emirates, a maior operadora mundial deste modelo de avião, quanto às garantias exigidas. A Airbus não poderá fechar a linha de produção do A380 antes de 10 a 15 anos, e terá de receber de volta algumas das aeronaves mais antigas.
Esta posição faz sentido, o mercado para a aeronave existe, já foi assumido pelo Sheik Ahmed Bin Saeed, e como maior operador e proprietário da frota mundial, se a Airbus fechar a linha de produção haverá uma enorme desvalorização dos equipamentos, além de ameaçar a continuidade do suporte de peças ou inovação.
A Airbus está sem encomendas do modelo há dois anos, e tem feito tudo para cortar nos custos de produção do ‘Palácio dos Céus’. Ainda falta entregar 40 aeronaves à Emirates, e uma nova encomenda vitaminava a linha de produção, mas não o suficiente para a manter aberta por mais 10 a 15 anos.
Será que assistiremos nesta quarta-feira, dia 15 de novembro, ao princípio do fim do A380, ou a um novo investimento da construtora europeia em novos voos do ‘Palácio dos Céus’?
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