A avaria no sistema de abastecimento de aviões em Lisboa, na semana passada, afetou 39 aeroportos, informou nesta quarta-feira, dia 17 de maio, a AirHelp, empresa especializada na defesa dos passageiros aéreos, em comunicado.
A empresa precisou que 31 aeroportos foram afetados relativamente a voos com partida de Lisboa: 27 na Europa, dois na América do Sul, um na América do Norte e um em África.
“Relativamente às chegadas a Lisboa, foram implicados 23 aeroportos europeus e um africano”, acrescentou a AirHelp, informando que os aeroportos com mais perturbações, no caso das partidas, foram os de Madrid/Barajas, Bruxelas e Amesterdão/Schiphol, enquanto nas chegadas foram os de Madrid/Barajas, Paris/Orly e Barcelona/El Prat.
Os passageiros afetados pelo cancelamento e atraso de voos podem ter direito a uma compensação das companhias aéreas até 600 euros, no âmbito de um regulamento europeu que prevê contrapartidas em caso de cancelamento do voo, sobrelotação ou atraso igual ou superior a três horas.
Bernardo Pinto, dirigente da AirHelp de Portugal e Brasil, comentou em comunicado que a falha do sistema de abastecimento, no passado dia 10, “não é uma das exceções previstas no regulamento europeu”.
“O abastecimento de combustível é um elemento que faz parte de todo o processo que constitui a atividade de transporte aéreo e, se as autoridades do aeroporto ou qualquer outro fornecedor forem responsáveis, segundo este regulamento europeu, os passageiros mantêm o direito de obter compensações por parte das companhias aéreas”, afirmou.
Para o mesmo responsável, “as próprias companhias têm o direito de serem compensadas por quem causou a ocorrência, incluindo terceiros”.
A AirHelp voltou a aconselhar os passageiros afetados a agirem e a pedir uma compensação, que podem variar entre os 125 e os 600 euros por passageiro, conforme a distância do voo e o número de horas em atraso na chegada.
Na terça-feira, dia 16 de maio, o regulador da aviação recomendou os passageiros afetados pelas perturbações a apresentarem reclamação à companhia aérea em que voavam e envio de uma cópia para Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
Para este efeito, o regulador criou um ’email’ para receber as reclamações dos milhares de passageiros que foram afetados pela falha no abastecimento dos aviões no Aeroporto Humberto Delgado, que provocou atrasos e o cancelamento de mais de 60 voos até à manhã de quinta-feira, altura em que a ANA considerou a situação normalizada.
A ANA Aeroportos de Portugal informou, às 00h30 da quinta-feira, dia 11 de maio, estarem resolvidos os problemas no abastecimento de aeronaves no aeroporto de Lisboa, responsabilidade de um consórcio que integra várias petrolíferas, que haviam começado por volta das 12h00 de quarta-feira.
Fonte oficial da empresa gestora dos aeroportos portugueses precisou então à agência Lusa que a ANAC autorizou a realização de voos durante a noite para que pudesse ser normalizada a operação no aeroporto de Lisboa, que levou ao cancelamento de 64 voos, 11 desvios e 322 ligações afetadas com atrasos.